PM do Paraná desfaz cerco na Assembleia Legislativa

 

Foto: Agência Paraná/Fotos Públicas (29 de abril de 2015)
Foto: Agência Paraná/Fotos Públicas (29 de abril de 2015)

A Polícia Militar do Paraná desfez nesta quinta-feira (30) o cerco em torno da Assembleia Legislativa, em Curitiba, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. No dia anterior, a PM repreendeu com violência um protesto de professores, contrários ao projeto que altera a previdência dos servidores públicos estaduais, e deixou ao menos 180 feridos – 63 hospitalizados.

Apesar do protesto, o projeto do governo Richa (PSDB) foi aprovado, por 31 votos a 20.

Em entrevista à Folha, o governador disse que black blocs teriam provocado a violência da PM e acusou o PT e a CUT de inflamarem os manifestantes.

Confusão

Professores em greve e policiais militares entraram em confronto nessa quarta-feira em Curitiba. A confusão começou por volta das 15h, no Centro Cívico, em frente à Assembleia Legislativa, quando os deputados estaduais começaram a sessão para votar um projeto de lei (PL) que altera a previdência estadual.

Os professores, que estão acampados desde segunda-feira (27) no local, teriam tentado romper perímetro de segurança que a Polícia Militar (PM) traçou em torno da Assembleia Legislativa. A PM reagiu com bombas de gás, balas de borracha e jatos de àgua. Os manifestantes recuaram, mas os policiais continuam jogando bombas de efeito moral.

No caminhão de som, dirigentes do Sindicato dos Professores do Paraná relataram que servidores sofreram danos físicos. O sindicato estava transmitindo o protesto na internet pelo caminhão de som, mas o veículo foi rebocado pela polícia. 

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, informou pelo Twitter que o local “parecia uma praça de guerra!” e que a prefeitura foi evacuada para atendimento de primeiros socorros no Tribunal de Justiça. A prefeitura de Curitiba informou que mais de 100 pessoas foram atendidas na primeira meia hora de confronto e que “muitas vítimas continuam chegando”.

 

Dentre os feridos, 35 pessoas que precisavam de atendimento médico foram encaminhadas a hospitais, principalmente o Hospital Cajuru. Os servidores da prefeitura de Curitiba foram liberados em razão do tumulto. Seis escolas que ficam na região suspenderam as aulas.

A sessão foi interrompida por cerca de dez minutos e retomada mesmo com o barulho de bombas e gritos do lado de fora.

O projeto de lei em votação na Assembleia Legislativa foi encaminhado pelo Executivo para alterar a previdência estadual. O governo paranaense quer tirar 33 mil aposentados com mais de 73 anos do Fundo Financeiro, sustentado pelo Tesouro estadual e que está deficitário, e transferi-los para o Fundo de Previdência estadual, pago pelos servidores e pelo governo, que está superavitário.

O Governo do Estado do Paraná emitiu nota responsabilizando o “radicalismo e a irracionalidade de pessoas mascaradas e armadas com pedras, bombas de artifício, paus e barras de ferro, utilizados contra os policiais”. Uma versão inicial da nota, republicada em sites como o Paraná-Online, chegou a lamentar o número de quatro manifestantes feridos. O trecho foi alterado posteriormente.

 


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