Policial é morto em operação de combate ao desmate ilegal no Pará

A Polícia Militar do Pará participou do combate ao desmatamento - Foto: Arquivo/Agência Brasil
A Polícia Militar do Pará participou do combate ao desmatamento – Foto: Arquivo/Agência Brasil

Um policial militar foi assassinado em uma emboscada após a destruição de um acampamento ilegal de madeireiros na Floresta Nacional do Jamanxim (Flona), em Novo Progresso (PA). Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), uma equipe do órgão que realizava operação de combate ao desmatamento ilegal, com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará, foi atacada a tiros na tarde de sexta-feira (17).

O sargento João Luiz de Maria Pereira, de 44 anos, do Grupamento Tático Operacional do Comando Regional da PM de Itaituba, foi morto. Segundo o Ibama, integrantes da equipe relataram que o homicídio ocorreu por volta de 15h30 de sexta no entorno de uma estrada de terra conhecida como Vicinal da Francy, a cerca de 80 quilômetros da área urbana de Novo Progresso.

“Os agentes de fiscalização, com apoio do Grupamento Tático, destruíram o acampamento ilegal. Ninguém foi encontrado no local. Em seguida, ao dar continuidade às ações de fiscalização na região, o grupo sofreu a emboscada. Baleado no pescoço e no ombro, João Luiz foi socorrido pela equipe, mas morreu cerca de quarenta minutos após o ataque, a caminho de Novo Progresso”, disse o Ibama, em nota.

Os agentes federais e estaduais estavam no interior da floresta nacional desde quarta-feira (15). Na véspera do homicídio foram apreendidos um trator, um caminhão e várias motosserras, que pertenceriam ao grupo responsável pelo acampamento ilegal e pelo ataque criminoso.

Criada em 2006, a Flona do Jamanxim possui 1,3 milhão de hectares e integra a região mais crítica do desmatamento ilegal na Amazônia. O Ibama informou ainda que o homicídio será investigado pela Polícia Federal e que equipes foram enviadas ao local para reforçar o combate ao desmatamento.

“O assassinato na Flona do Jamanxim é resultado da ação do crime organizado no eixo da BR-163, com o objetivo de deter a atuação legitima do Ibama e seus parceiros na Operação Onda Verde. Lamentamos profundamente a morte do sargento João Luiz, que resultará em uma atuação ainda mais firme do Estado brasileiro contra aqueles que lucram com a destruição do patrimônio ambiental do país”, afirmou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, em nota.

Segundo o Ibama, a Onda Verde é uma operação preventiva de combate à extração ilegal de madeira, realizada em áreas críticas que correspondem a 70% do desmatamento na Amazônia, com base em alertas gerados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os assassinatos de ativistas ambientais e agentes de órgãos que trabalham para conter a ação de quadrilhas de desmatamento ilegal são comuns. A execução da missionária Dorothy Stang, em 2005, é um exemplo. No ano passado houve 50 mortes motivadas por conflitos agrários no País, e a maior parte dos homicídios ocorreu em Rondônia (20) e no Pará (19). Entre os mortos de 2015 está Wilson Gonçalves Barbosa, funcionário contratado pelo Incra para trabalhar na guarita de acesso ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, no qual Dorothy Stang trabalhava.

* Com Agência Brasil


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