Bacalhau, o “Tubarão à brasileira” de Adriano Stuart

ADRIANO
Cartaz do filme Bacalhau, de Adriano Stuart, e capa do álbum com a trilha sonora da paródia, assinada pelo compositor Beto Strada (Divulgação: Omega Filmes / Crazy Records)

Desde ontem (19.7), duas notícias envolvendo tubarões vem tomando de assalto as timelines das redes sociais. O fato de ambas terem se disseminado com o suporte de vídeos impactantes talvez seja a única coincidência entre elas.

A primeira, uma reportagem da revista National Geographic (veja o vídeo), revela que cientistas conseguiram registrar a existência de duas espécies de tubarão vivendo no interior do Kavachi, vulcão submerso que fica em Vanguru, nas Ilhas Salomão. Desde 1939, já foram registradas oito erupções no Kavachi, fato que intrigou os cientistas.  Agora, a descoberta motivará pesquisas para entender como os tubarões conseguem sobreviver em um ecossistema tão hostil. Os cientistas acreditam que os animais devem ter desenvolvido características evolutivas para não serem afetados pelas águas vulcânicas e, sobretudo, prever erupções iminentes a tempo de fugirem do vulcão.

Instinto de sobrevivência, aliás, é característica que não faltou, ontem, ao surfista australiano Mick Fanning. Em meio a uma etapa do circuito mundial, na África do Sul, ele teve a infelicidade de cruzar o caminho de um tubarão. O vídeo (veja) que registra o encontro inesperado e a fuga espetacular de Fanning é assustador e, claro, viralizou nas redes sociais em questão de minutos. Audiência previsível, afinal, tubarões são uma das feras mais letais da natureza e, independentemente da espécie, sempre provocarão enorme temor aos seres humanos.

Em 1975, o horror  causado pelo fúria assassina do Rei dos Mares foi vertido para as telas do cinema com o clássico Tubarão de Steven Spielberg. No entanto, quarenta anos depois, poucos brasileiros recordam ou sabem que, naquele mesmo ano, o ator Adriano Stuart roteirizou e dirigiu uma hilária sátira do filme de Spielberg. Intitulado Bachalhau, o longa reúne, entre outros, o próprio diretor, Maurício do Valle, Dionísio Azevedo, Hélio Souto, Matilde Mastrangi, Helena Ramos e Marlene França. Com forte remissão a estrutura narrativa do filme de Spielberg, em vez de sustos o “tubarão” de Stuart reserva muitas gargalhadas. Signatário do estatuo da pornochanchada, claro, o filme não dispensa cenas eróticas. 

A “ação” transcorre durante as férias de verão em uma cidade balneária de São Paulo (o filme foi rodado em Ilha Bela) onde turistas – especialmente as mulheres, bingo – são atacados e devorados por um peixe misterioso. Tosco, o bichano aterroriza os banhistas até que o oceanógrafo português Matos (Adriano Stuart) é chamado para desvendar o mistério. Com o apoio do pescador Quico (Maurício do Valle), então, conclui que os ataques vem de uma espécie de bacalhau, perigosa e rara, originária da Guiné. Capturado, o bicho é servido em um festivo banquete, mas, claro, a saga violenta do bacalhau da guiné não termina aí…

Bacalhau está disponível no Youtube e pode ser visto abaixo. A paródia também inclui uma cultuada trilha sonora instrumental, assinada pelo compositor Beto Strada, que remete às trilhas dos filmes americanos do movimento blaxploitation e também pode ser ouvida no canal de vídeos.  

VEJA O FILME 

OUÇA A TRILHA


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