A balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 3,2 bilhões em janeiro, segundo informou nesta segunda-feira (2) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As exportações recuaram 10% em relação ao mesmo mês do ano passado, somando US$ 13,7 bilhões. As importações totalizaram US$ 16,9 bilhões, queda de 12% ante igual período de comparação.

Pode-se argumentar que o mundo está crescendo menos para justificar os números piores das vendas externas – e está mesmo. Pode-se argumentar ainda que o Brasil está comprando menos, porque seu crescimento é diminuto – e isso também é verdade.

A China comprou menos minério de ferro do Brasil, porque está mudando seu modelo de crescimento, mais voltado agora para o desenvolvimento do consumo interno. A Argentina, nosso grande comprador de veículos, passa por uma crise político-econômica. Daí ter também recuado nas aquisições dos produtos brasileiros.

Mas, talvez, a questão seja mais de fundo. Estudo do economista Otaviano Canuto, consultor sênior do Banco Mundial, constata que o Brasil é um dos países mais fechados entre as maiores economias mundiais. Segundo o especialista, o País ficou alijado das grandes cadeias produtivas globais.

Canuto estima que as exportações mais importações brasileiras correspondam a apenas 27,6% do PIB, ante uma média de 55% das seis maiores economias do planeta.

O estudo coloca em xeque o modelo do Brasil para o comércio exterior. Aparentemente – e essa é uma conclusão do blog-, não dá para escolher meia dúzia de parceiros prioritários, com pouco impacto na economia do País.

Recentemente, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues disse, em entrevista à Brasileiros, que o Brasil precisaria fazer acordos bilaterais com grandes mercados. Isso evitaria reveses na balança, a qualquer problema enfrentado pelos parceiros comerciais clássicos.


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Uma resposta para “Balança mas não cai?”

  1. […] Balança mas não cai? – Brasileiros. […]

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