Baiano, um cara extremamente pacífico e educado, conhecido por seu equilíbrio emocional, lá estava João Santana no aeroporto de Brasília, na última sexta-feira (23) à noite, à espera do voo para São Paulo. Era sua primeira vez no novo terminal de Brasília, recém-inaugurado.
Ele achou o máximo, e logo o considerou o melhor da América Latina, com sua experiência internacional de quem já andou mais de avião que de elevador. Estranhou, porém, um fato: nenhum daqueles passageiros que transitava no saguão se dava conta disso. Aquela falta de reconhecimento o irritou. “Deu vontade de pegar um alto-falante e gritar para a multidão: vocês que tanto fizeram críticas não vão elogiar o aeroporto agora, seus filhas da mãe?”.
Santana estava na fila de embarque, disciplinadamente, quando um porta-voz da TAM anunciou um remanejamento de passageiros para o seu voo. Seguiu-se um pequeno tumulto. Imediatamente, pipocaram reclamações daqui e dali: “Cadê a Dilma?”; “Chama a Dilma!”. “Eles reclamavam da Dilma em vez de reclamar da TAM”, comentou Santana à plateia que assistiu à sua palestra no Encontro Nacional de Comunicação do PC do B. Claro que o episódio teve um lado positivo e didático para Santana: serviu para medir a temperatura do eleitorado de terno e gravata em relação à presidenta. Mas a grande sorte dele foi não ter sido reconhecido pela turba enfurecida.
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