É a terceira guerra mundial?

Desde o ataque a Charlie Hebdo o mundo não é mais o mesmo. Há uma semana pipocam notícias sobre células terroristas instaladas na Europa. Uma delas na Bélgica foi destruída por forças aliadas. A movimentação é muito estranha. Líderes intensificam reuniões, embora ainda apareçam sorridentes e confiantes. Kerry vai à França falar com Hollande. Cameron vai à Casa Branca falar com Obama. Parece-me haver alguma coisa no ar além de aviões de carreira.  As tropas inimigas (com apenas dois soldados) desembarcaram na França.  Não usaram mais aviões para derrubar torres, nem homens-bomba. Atacaram o valor francês mais elevado (além das vidas humanas, é claro): a liberdade de expressão. Não há como não encarar o fato como declaração de guerra. Por enquanto a França reagiu com os líderes europeus e o povo na rua e com uma edição milionária do Charlie. Mostrou quem são seus aliados e suas armas. Obama recomendou à Europa não usar “o martelo”.  A luta dos fundamentalistas tem uma estratégia definida: conquistar as cabeças dos muçulmanos moderados e dos próprios inimigos e ao mesmo tempo infundir terror, advertindo-os de que é perigoso viver ali. Por isso eles não precisam de milhares de soldados para conquistar território inimigo, como vimos na Segunda Guerra Mundial. A missão de conquistar cabeças está sendo cumprida. 

Muçulmanos moderados justificam a matança devido a “provocações” por exibição da imagem de Maomé. No entanto, nem o Alcorão, que é a sua bíblia, cita essa proibição oriunda ninguém sabe de onde. Até o papa justificou a matança, e quantos intelectuais no Brasil e no mundo relevaram o assassinato brutal e injustificável! Criou-se no imaginário universal – sem nenhum fundamento na realidade, mas em “videntes”, tais como Nostradamus – a ideia de que a terceira guerra mundial será uma guerra atômica que resultará na destruição do mundo. Mas quem garante que não haverá uma terceira, uma quarta, uma quinta? E quem garante que no dia em que dois fundamentalistas invadiram a redação do Charlie Hebdo não começou a Terceira Guerra Mundial?