Três batidas na porta, seguidas pela palavra Uai, eram a senha que abria as portas para reuniões secretas em Vila Rica, a antiga Ouro Preto. Dentro dos casarões, à luz de lampião, a elite da colônia planejava as mais mirabolantes reações à cobrança de impostos da Coroa Portuguesa. Iniciais de União, Amor e Independência, o termo Uai acabou incorporado ao vocabulário da população.
A raiz subversiva é uma das explicações recorrentes para o termo Uai, que hoje pode significar espanto, surpresa ou impaciência. A palavra não consta, porém, dos Autos da Devassa, os 11 volumes do processo judicial da Coroa contra os inconfidentes mineiros que registram até divergências em relação à altura de Tiradentes, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, que entrou para a História como o mártir da Inconfidência Mineira.
Outra hipótese para a origem do termo Uai tem a ver com o Why dos ingleses que desembarcaram na cidade de Nova Lima a partir de 1834, quando a Saint John del Dey Mining Company assumiu o controle da mina de ouro de Morro Velho. A influência britânica na região se estendeu até a metade do século XX, mas também não existe nenhuma evidência irrefutável de que o Uai do mineiro se originou do Por que inglês.
Há outras possibilidades menos instigantes, como a interjeição ser derivada do termo “olhai”, por meio de sucessivas alterações fonéticas. Existe até uma dissertação de mestrado sobre o termo, de autoria de Hadinei Ribeiro Batista. A dissertação “Uai: Estudo de uma Interjeição do Português Brasileiro” foi defendida em julho de 2013, na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. Leia aqui.
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