Gertrude Stein, Alice Toklas e Pablo Picasso

Foto: Reprodução / Facebook /
Foto: Reprodução / Facebook / Gertrude Stein, Alice Toklas e Pablo Picasso.

Foram tempos difíceis. Final de uma grande guerra, com outro se anunciando. Falta de empregos, de comida. Sobretudo, falta de esperança. Esses foram os loucos anos 20. Os anos de crise. Um universo de  mudanças : guerra total com um passado tradicional. A história de um retrato. A história de 3 artistas tentando segurar as mãos, a fome,  a barra.  Esse é o fio condutor de Gertrude Stein, Alice Toklas e Pablo Picasso, texto inédito no Rio escrito por de Alcides Nogueira, retrata com a mesma força com que Picasso retratou Gertrude.

Barbara Bruno é GertrudeSabrina Faerstein, sua amante Alice  e Giuseppe Oristânio , Picasso, os três sem qualquer intenção de imitar vozes ou trejeitos da época, revivam , quase que como num ballet, os impasses, as diferenças, as angústias que levam as pessoas a se isolarem, a se exilarem, procurando, internamente, respostas a perguntas que são apenas interrogações. Gertrude e Alice têm a imensa coragem de formar um casal. Picasso não tem qualquer puder ou medo de se exibir  e de mostrar aquilo que é diverso.

Picasso resolve pintar um retrato de Gertrude. Escuro, denso, forte, grande como a retratada. Mas também meio cubista, meio surrealista, meio deformado. É como  vivem e se encontram no apartamento. Falam das comidas que podem fazer. O cenário insinua um apartamento qualquer. Os figurinos  mostram aquilo que se espera que  pessoas como eles se vestiam.

 “Gertrude, não somente nos livros, mas em seu salão parisiense, semeou muito do que viria a ser apreendido pelos artistas que o frequentavam. Artistas que revolucionaram as artes. Esta peça é um fruto das ideias de Gertrude Stein. O meu teatro sempre foi fortemente influenciado por ela e por autores que se alinhavam a essa desconstrução. Até pouco tempo, nós chamávamos de pós-moderno. Na verdade, acho que é pós-tudo!”, diz Alcides Nogueira.

Um texto que nos movimenta, nos instiga. Alcides utiliza um recurso fascinante de misturar nas citações personagens atuais, com observações muito próprias da personalidade de cada um. Brinca  com as celebridades da época, como Joyce. Ri-se das celebridades de hoje, como Joyce Pascowitch. Dois Joyces, dois valores duas épocas.

 É assim que vamos vendo o quadro se compor como o retrato; deformado, mas forte; real de uma lembrança que só nós podemos der. Como é a obra de um grande artista. Como Picasso. Como Alcides.

Opala incolor

Serviço:

Centro Cultural Cândido Mendes
Rua Joana Angélica, 63
Ipanema – Sul
Rio de Janeiro
(00xx21) 3543-6452 / 6456 / 6457


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