Os laços de fita de Auschwitz

O tom das tranças variava do louro muito claro ao negro. Eram milhares de tranças de cabelo, amarradas por laços de fita das mais diferentes cores. Embora desbotados, alguns laços estavam quase perfeitos, como se exibissem o capricho de suas antigas donas. Ocupavam um gigantesco aquário no meio de um dos salões do antigo centro de extermínio Auschwitz-Birkenau, que os nazistas instalaram a cerca de 70 quilômetros de Cracóvia, no sul da Polônia.

São muitas as marcas do horror em Auschwitz, que os poloneses chamam de Oświęcim. Quando visitei o campo, fiquei impressionada com cada detalhe, a começar com a história dos ciganos, que preferiam se matar nas cercas eletrificadas a entrar nas câmaras de gás. Nada, porém, me impressionou tanto como as tranças, que seriam usadas em fábricas de tapete da Alemanha nazista. Elas tinham sido deixadas para trás, por nazistas em fuga, quando o Exército Vermelho se aproximava do campo, há 70 anos.


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