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O Pão de Açúcar já foi chamado de Pot de Beurre. Isto foi na metade do século 16 e hoje ainda se encontram mapas da época com esta grafia – significa manteigueira – para um dos símbolos da beleza do Rio de Janeiro. Naquele tempo, os franceses, que não aceitavam o Tratado de Tordesilhas – acerto feito entre espanhóis e portugueses para garantir a propriedade das terras descobertas –, mandaram para cá seu navegador Nicolas Durand de Villegaignon. O francês fez amizade com os habitantes locais, os índios tamoios, e com isso montou acampamento na Baía de Guanabara. Ocupou o paraíso. Villegaignon estabeleceu, ao lado do Pot de Beurre, em 1555, o braço colonial francês conhecido como França Antártica.

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Mas o que era bom não durou muito. Estácio de Sá, hoje bairro, universidade e escola de samba, então sobrinho do governador-geral do Brasil Mem de Sá, saiu de Salvador com uma esquadra, fez um acordo com os inimigos dos tamoios, os índios temiminós, e ajudado por eles, por seu cacique Arariboia e pelos jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, botou os franceses para correr. Como recompensa, o cacique ganhou um pedaço de terra do outro lado da Baía onde, tempos depois, em 1573, fundou Niterói. Mas essa é outra história. Estácio de Sá, então, aproveitou e, no dia 1o de março de 1565, entre o morro do Pão de Açúcar e o morro Cara de Cão (ambos à direita na foto), fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Hoje, o Rio – e a beleza que os franceses cobiçaram – faz 450 anos.

E por falar em franceses e em beleza, as nossas repórteres Cândida Del Tedesco, coordenadora editorial, Fernanda Cirenza, redatora-chefe, e Luiza Sigulem, fotógrafa, entrevistaram Alexandra Baldeh Loras, a consulesa da França, em São Paulo. Nascida na França, filha de pai de Gâmbia e mãe da França, ela é um exemplo de inteligência. E beleza. Assim como o Rio, ela está nas páginas desta edição. Bom proveito.


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