Vender passados pode não ser um bom negócio

Foto: Luiza Sigulem
Foto: Luiza Sigulem

Para Vicente (Lázaro Ramos) o passado é tudo aquilo que você lembra, imagina que lembra ou finge lembrar. Ele ganha a vida criando novos passados, histórias de vida, dos seus clientes por meio de documentos, fotos e vídeos. Até que os seus talentos de falsário colocam em seu caminho a atraente Clara (Alinne Moraes). Contratado para inventar um passado criminoso para a misteriosa cliente, Vicente se envolve demais na missão e no passado que ele mesmo inventou. Esse é o tema de Vendedor de Passados, de Lula Buarque de Hollanda, uma livre adaptação do romance de mesmo nome de José Eduardo Agualusa.

A reação da plateia ao filme [que riu demais de muitas cenas], para Lázaro, é semelhante à reação dele próprio ao ver Breaking Bad. Lázaro diz o “meu vendedor de passados” está nos objetos da memória que estão no filme. Ainda hoje coleciono selos. O filme só é filme quando está entregue e, por isso, não me espanto com a reação da plateia.”, reafirma Lázaro.

Questionado pela Brasileiros como funciona essa mistura de ator e produto, Lázaro disse: “Estou sempre na produção associada, pois pretendo dirigir. Procuro fazer filmes, e tenho tido essa sorte, que não estejam muito na cartilha do sucesso. Me interessa como a gente vai fazer para os diferentes estilos  de filme encontrarem seus públicos. Não é um problema as comédias fazerem tanto sucesso, terem tantos públicos. O nosso nó e como fazer filmes diferentes encontrarem esses públicos mais específicos. Minha participação é isso. Estou interessado nas outras plataformas. É importantíssimo entender a relação de venda com  as TVs, abertas e por assinatura, com a  internet. Em cada filme eu participo de um jeito: indicação de um ator, ajudando na captação. Aqui sugeri a Ruth de Souza.

Para o  diretor Lula Buarque, a contribuição de Lázaro foi algo de coração, de entrar na história e discutir cada passo. “Esse filme não tem um gênero. A gente está fazendo um filme com coração para entender o personagem, a ajuda de Lázaro foi contribuir na densidade do personagem.

Na filmagem, existe um momento que o diretor diz valeu, o que significa “vamos adiante”. A Brasileiros perguntou: E no teatro, com o exercício diário de interpretação, como funciona esse valeu? “Cada espetáculo é diferente do outro. O valeu é todo dia. Eu tento fazer tudo com o mesmo pensamento. No cinema tem que fazer mais valeu. O meu sentido vem do teatro sem recursos, muito improviso, da disponibilidade dos  atores. Tem sempre um nível de risco, o fio da navalha, essa é a origem que tento manter viva  na minha atuação”, afirmou Láraro.


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