“A Resistência”, de Julián Fuks, é escolhido como Livro do Ano de ficção no Jabuti

No Jabuti, Julián Fuks ganhou o primeiro na categoria romance e o Livro do Ano de ficção. Foto: Carol Reis
No Jabuti, Julián Fuks ganhou o primeiro lugar na categoria romance e também foi premiado por Livro do Ano de ficção. Foto: Carol Reis

A cerimônia de entrega da 58ª edição do prêmio Jabuti aconteceu na última quinta-feira (24), no Auditório Ibirapuera. O momento mais esperado da noite foi o anúncio de qual título seria o Livro do Ano. Na categoria ficção, o romance A Resistência (Companhia das Letras), de Julián Fuks, foi o escolhido. Houve um empate na categoria Livro do Ano de não ficção, sendo premiados Mário de Andrade: Eu Sou Trezentos (Edições de Janeiro), de Eduardo Jardim, e o Dicionário da História Social do Samba (Record), de Luiz Antonio Simas e Nei Lopes. 

Apesar de A resistência abordar um conflito familiar, Julián Fuks fugiu à regra e não agradeceu apenas à família e à editora em seu discurso. Com palavras enérgicas e categóricas, foi efusivamente aplaudido ao lembrar o quanto o ano de 2016 feriu o brasileiro politicamente e, como consequência, pessoalmente. “Se alguma esperança me dá este momento é a percepção de que o que se premia aqui não é simplesmente o meu livro. Talvez não seja só isso que esteja em questão”, declarou.

Prosseguindo o discurso, ouvido atentamente e em total silêncio por todos que estavam ali, Fuks completou: “Pode ser que se esteja premiando, isso é pra mim um motivo de muita alegria, o simples ato da resistência diante de tudo isso que a gente vê e diante de tudo isso que nos atinge: da ruptura com a ordem democrática que se deu no Brasil e que a gente precisa combater”. Ele fez questão de pontuar que os escritores jovens não desistirão de lutar, finalizando com um grito de resistência: “Fora Temer”, o que fez com que todos no auditório se levantassem para aplaudi-lo. 

Além de ser o grande vencedor do 58º Prêmio Jabuti, Fuks é forte candidato a ganhar o prêmio Oceanos, que reverencia toda a literatura em língua portuguesa. O resultado será divulgado no dia 6 de dezembro. Também finalista do Oceanos, Marcelo Rubens Paiva ganhou o Jabuti em nova categoria com participação popular, intitulada Escolha do Leitor, por Ainda estou aqui (Alfaguara). O romance fala sobre as lutas encaradas pela mãe, Eunice Paiva, ao longo da vida – incluindo a morte do marido, o deputado Rubens Paiva, pela ditadura militar e, a mais recente, contra o Mal de Alzheimer.  O livro foi tema de entrevista com autor na edição 98 da Brasileiros.
  

CONTEÚDO!Brasileiros
Leia a entrevista com Marcelo Rubens Paiva, Em nome da mãe, em setembro de 2015.
Saiba quem são os dez finalistas do Prêmio Oceanos 2016.

 


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