Contêiner
Fernando vilela
Pequena Zahar
48 páginas
Neste livro-imagem, fernando vilela apresenta um conto de perseguição entre um cão e um gato, viajando por contêineres e atravessando culturas distintas, em meio às mercadorias. A aventura se inicia no porto de hong kong, passa pela inglaterra, pelo porto do rio de janeiro e volta à china, onde é sugerido o recomeço de uma nova história. Há homenagens espalhadas pela narrativa e informações importantes nas páginas finais. O nome do navio chinês, por exemplo, ai wei way, é uma brincadeira com ai weiwei, artista e ativista político do país. O brasileiro pixinguinha também tem seu nome estampado no navio brasileiro, assim como os beatles, no navio inglês. Composto em quatro cores vibrantes, o livro traz desenhos e gravuras feitos com carimbos de borracha, marca forte no trabalho do artista.
A Instrumentalina
Lídia Jorge
Ilustrações de Anna Cunha. Peirópolis
48 páginas
À beira do lago Ontário, em Toronto, chegam as memórias de infância vividas pela narradora no sul de Portugal. Lá, na casa de campo de um autoritário avô, viviam em obediência servil as mulheres da família abandonadas pelos maridos e as crianças, até a inesperada chegada do tio Fernando com sua máquina de escrever, sua câmera fotográfica e a misteriosa “Instrumentalina” – uma bicicleta. Na garupa do tio, as crianças se revezavam para ver um outro mundo. Campos de margaridas e sorriso de Greta Garbo eram flagrados pelo olhar sensível do tio, exímio professor de liberdades, que não tardou, repentinamente, a abandonar aquele espaço opressor sob a tutela de um discípulo salazarista. Passados 30 anos, soma-se a essas memórias um único postal marcando um improvável encontro entre a então “miúda” narradora e seu fabuloso tio.
Terra de cabinha
Gabriela Romeu
Fotos de Samuel Macedo. Ilustrações de Sandra Jávera. Peirópolis
96 páginas
O olhar apurado e a escrita poética da jornalista Gabriela Romeu juntaram-se às fotos de um original cabinha do Cariri e ao sempre cuidadoso tratamento editorial da Peirópolis, produzindo esse incrível “inventário da vida de meninos e meninas do sertão”. Lá chamados “cabinhas”, os meninos descendentes dos Kariri têm voz e rosto nesse livro. Suas brincadeiras, rezas e parecenças são apresentadas aos leitores de todas as idades, num formato delicioso. E como o conteúdo é tanto e tão diverso, há também a possibilidade de acessar minidocumentários pelo QR code impresso nas páginas ou pelo site da editora. Acessa-se, sobretudo, um universo encantado e preservado em meio ao semiárido cearense, onde se acha de tudo um pouco: uma galeria de caretas (máscaras) inventadas para o Domingo de Ramos; um jogo de futebol feito com vidrinhos de vacina; uma coleção de adivinhas; uma história de princesa que vira serpente e até um cabinha encantador de jumento. Pode-se resumir o convite feito pelo livro na fala rosiana de Dona Preta, personagem real, lá da Mata Escura: “Espia o mundo, menino…”
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