Anatomia da Era de Ouro do cinema norte-americano

5_356_Paul Newman, 1954©JKF
Paul Newman, em retrato feito por Bert Six, nos bastidores de O Cálice Sagrado, primeiro longa-metragem protagonizado pelo galã. Foto: Acervo da Fundação John Kobal

Dispostos em ordem cronológica, desde a década de 1920 até os anos 1960, 161 retratos verticais de astros hollywoodianos, feitos por mais de 40 fotógrafos, enchem os olhos dos visitantes do Espaço Cultural Porto Seguro e ajudam a compreender o papel do culto à personalidade na construção da chamada era de ouro do cinema norte-americano.

Reunidas na mostra Ícones de Hollywood – Fotografias da Fundação John Kobal, as imagens expostas no espaço paulistano foram cedidas pela instituição sediada em Londres, voltada à formação extracurricular de estudantes de Cinema e Fotografia, e criada em 1990 pelo jornalista, escritor e cinéfilo austríaco John Kobal, morto no ano seguinte, aos 51 anos.

Com curadoria de Robert Dance, editor de livros de fotografia, e de Simon Crocker, produtor e ex-presidente da Fundação John Kobal, a mostra foi produzida a partir de uma seleção do acervo construído pelo jornalista desde os anos 1950. Com a partida precoce de Kobal e o reconhecimento de sua contribuição para a difusão dos bastidores de um dos períodos mais prolíficos da indústria cinematográfica, a fundação passou a receber uma série de doações de memorabilia e de retratos produzidos sob encomenda por alguns dos mais importantes estúdios de Hollywood, como Paramount Pictures, MGM, Warner Brothers, Columbia, 20th Century Fox e Universal.

Entre os autores destacados na mostra – além de dezenas de anônimos, não menos importantes – estão renomados fotógrafos, como John Miehle, responsável pelas imagens icônicas de Fred Astaire e Ginger Rogers dançando em cena; Ted Allan, que recebeu de seus pares a alcunha de “Rembrandt” e ajudou a construir a imagem de sex-symbol de Jean Harlow; e Robert Coburn, que registrou os bastidores do clássico King-Kong (1933), dirigido a quatro mãos por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack.

Dado que reitera a constatação de que as ocupações técnicas do nascente cinema eram predominantemente ocupadas por homens, a única fotógrafa celebrada na mostra coletiva é Ruth Harriet Louise, que, nos anos 1920, ironicamente, ajudou a construir a iconografia explosiva de duas das maiores estrelas do imaginário hollywoodiano, Joan Crawford e Greta Garbo.

A seguir, alguns retratos que dimensionam a exuberância visual da mostra:


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