Os funcionários da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) rejeitaram em assembleia realizada nesta quinta-feira (2) uma proposta da empresa que reduziria o salário em 10% e a jornada de trabalho em 20%, a fim de manter os dois mil trabalhadores excedentes empregados.
Em nota enviada por e-mail à Brasileiros, a Mercedes-Benz diz que fez a proposta diante da forte queda de vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro, que tem afetado os negócios da empresa. Com a rejeição, a empresa terá de buscar outras alternativas para o excedente de pessoal na fábrica.
Em nota, o Sindicato dos Metalúrgico do ABC diz que a proposta foi rejeitada por uma ampla maioria dos trabalhadores. Por enquanto ainda não há nenhuma reunião marcada com a empresa. Os funcionários da fábrica cumprem banco de horas até o dia 10 de julho.
A crise da indústria automobilística brasileira acertou em cheio a montadora, que fabrica caminhões e ônibus. O licenciamento de caminhões da empresa amargou queda de 50% na comparação feita entre os meses de maio de 2014 e 2015. No acumulado do ano, a baixa chega a 43%.
O licenciamento de ônibus caiu 21% na comparação entre maio de 2014 e 2015. No acumulado do ano, a queda é de 15%.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e integrante do Comitê Sindical de Empresa (CSE) da Mercedes, Aroaldo Oliveira da Silva, disse que que medidas como o lay-off, que suspendem o contrato por cinco meses ou mais, não tem sido suficientes para administrar o excedente. “A solução seria a retomada da produção e a previsão é que, se ocorrer, a melhora seja a partir de julho de 2016. O desafio é atravessar esse período sem demissões”, contou.
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