Doze empresas brasileiras se graduaram na segunda edição do Braskem Labs, programa de apoio ao empreendedorismo e inovação, realizado pela petroquímica em parceria com a Endeavor, agência global de fomento ao empreendedorismo. Na quinta-feira (10/11), empreendedores se reuniram no Demo Day, evento onde realizam curtas apresentações de seus modelos de negócios para executivos do mercado e potenciais investidores.
Realizado na cidade de São Paulo, o Demo Day também marca a conclusão do programa que durou quatro meses. Com o objetivo de ajudar jovens empresas a alavancarem seus negócios e, consequentemente, ampliarem o impacto de suas inovações, o Braskem Labs oferece uma série de mentorias, que dá acesso a executivos da própria Braskem, da Endeavor e a uma rede de conexões do mercado que pode, eventualmente, resultar em parcerias, clientes e até mesmo investimentos.
Segundo Luiz Ortega, gerente de Desenvolvimento Sustentável da Braskem e líder do Braskem Labs, a iniciativa acertou “a mão em seu formato” neste ano. Isso por que a segunda edição reservou algumas distinções quando comparada a de 2015. O programa ampliou o tempo de mentoria de um mês e meio para quatro meses e reduziu o número de projetos selecionados, algo que segundo Ortega permitiu maior proximidade e impacto para as soluções selecionadas.
“Procuramos um grupo um pouco mais homogêneo, todas as empresas selecionadas estão em um grau de maturidade muito parecido e dessa forma sabemos que conseguimos ajudá-los efetivamente”, pondera Ortega.
As 12 empresas aceleradas contemplam negócios em diferentes áreas, incluindo habitação, mobilidade, acessibilidade, reciclagem e consumo de água. Inicialmente, o programa se lançou com a vocação de apoiar empresas que tenham soluções que envolvam o plástico. Neste ano, o Braskem Labs também abriu vagas para companhias que inovam ao se debruçarem sobre a química e projetos que se proponham a combater o mosquito Aedes aegypti.
Para Ortega, o saldo do programa é positivo: “A gente nota uma evolução muito grande deles. Ao longo desses quatro meses, acredito que foi suficiente para entender qual é a necessidade de cada um, conseguimos mapear as dificuldades dos empreendedores e a medida que eles vão se abrindo, eles evoluem também”, ressalta o executivo.
Conexões
Uma das empresas selecionadas pelo programa é a Piipee Soluções. Com base em Bento Gonçalves (RS), a empresa criada por Ezequiel Vedana e Ariane Pelicioli da Rosa oferece uma solução biodegradável que elimina a necessidade da descarga ao urinar. Acoplado a bacia sanitária ou ao mictório, um dispositivo libera o Piipee, que atua nas características físico-químicas da urina, conseguindo remover o odor, alterar a coloração e higienizar o vaso. Segundo Vedana, a solução consegue proporcionar uma economia de até 75% da água potável utilizada em vasos sanitários. Aprovado pela Anvisa e disponível para venda em loja online e para empresas por meio de contrato anual, o Piipee espera também ampliar sua atuação de mercado para outros países, segundo Vedana.
“O Braskem Labs nos ajudou a conectar vários pontos que estavam abertos. Precisávamos de conexões com fornecedores e parceiros para escalar nosso produto. Saímos daqui com negócios”, pontua Vedana.
Outro projeto selecionado foi o Programa Vivenda, empresa social que oferece kits de reformas habitacionais para a população de baixa renda. O modelo recorre a soluções criativas e integradas para permitir reformas acessíveis e rápidas aos moradores das favelas. Para Fernando Assad, um dos sócio-fundadores da empresa, o Braskem Labs contribuiu para ampliar o relacionamento com a indústria de material de construção, agente essencial no modelo de negócios que é o Vivenda.
“Como trabalhamos com reforma, um dos principais pontos do nosso modelo de operação é comprar bem o material de construção. Temos que pensar em modelos inovadores de aquisição de material de construção”, explica Assad. “A Braskem conseguiu convidar alguns de seus clientes para começar a debater junto conosco esses novos modelos. Avalio que esse foi o maior valor, essa é uma agenda que a gente vai explorar com maior intensidade no ano que vem, de criar essas novas estruturas de comercialização para o mercado de baixa renda na favela, permitir que a pessoa mais pobre possa pagar um preço mais competitivo”, completa. Em 2017, o Programa Vivenda tem como planos realizar mil reformas e abrir uma segunda unidade na zona leste de São Paulo. Atualmente, a empresa conta com escritório no Jardim Ibirapuera.
Ao mesmo tempo que grandes empresas ensinam a jovens empreendedores no mercado, estes, segundo Luiz Ortega, também oferecem uma contrapartida positiva. “Mesmo as empresas mais maduras, vemos como eles trabalham com equipe e orçamento muito reduzidos e um poder de criação de superar obstáculos que é fantástico. É algo que eles têm para nos ensinar e que de fato estimula, oxigena nossos mentores”, reflete Ortega.
Para 2017, o executivo adianta uma terceira edição do Braskem Labs: “Acho que acertamos em um formato legal e precisamos replicar e escalar isso. Sabemos que deixamos muitas boas ideias de fora e temos que ver como vamos trabalhá-las, elas podem ser interessantes a longo prazo”, conclui.
Para saber mais sobre a segunda edição do Braskem Labs, acesse o site e relembre os 12 projetos selecionados.
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