Camila Cecchi: negócio para ajudar outras mães

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Em 2011, Camila Cecchi, 31, passou a trabalhar na gestão operacional da empresa Vigilantes do Peso, uma multinacional que incentiva o emagrecimento saudável, quando passou a se interessar por temas como obesidade e má alimentação infantil, mesmo período em que engravidou de sua segunda filha, Maria Luíza, hoje com um ano. Durante a licença-maternidade, ela começou o planejamento de um novo negócio, a Oficina da Merenda, um serviço diário de entrega de merendas escolares sem o uso de açúcares, gorduras em excesso, conservantes, corantes e aditivos. Assim como outras milhares de mães que enfrentam dificuldades para conseguir se dedicar ao trabalho e à maternidade simultaneamente, Cecchi decidiu por uma carreira autônoma, ajudando outras mães como cuidar da alimentação dos filhos. Por experiência própria, ela diz que “é muito difícil para as mulheres trabalharem o dia inteiro e conseguir fazer lanches frescos e saudáveis para os filhos”.

Para o Dia das Mães, ela concedeu a seguinte entrevista à Brasileiros:

Brasileiros – O que você sentiu ao ser mãe da primeira vez?

Camila Cecchi: Na primeira vez, senti uma dificuldade muito grande em conciliar a vida profissional e a vida de mãe. Eu trabalhava o dia inteiro e mal via a minha filha. Isso me deu coragem de abandonar o mercado e me dedicar apenas ao meu primeiro empreendimento. O negócio não deu certo e voltei ao mercado trabalhando na Vigilantes do Peso. Na segunda, estava mais preparada e a ideia de um novo negócio surgiu pelas dificuldades que senti na primeira vez, como conseguir manter uma boa refeição minhas filhas. Percebi que as mães passavam pelas mesmas coisas. Juntei isso ao conhecimento que ganhei durante as campanhas de alimentação saudável para a Vigilantes do Peso e, assim, nasceu o Oficina da Merenda.

E como foi esse processo de ser mãe, mudar de um serviço e abrir um negócio ao mesmo tempo?

Depois da licença-maternidade, eu trabalhei alguns meses na Vigilantes do Peso simultaneamente com o Oficina da Merenda. Foi uma vida de louco, em que meu marido me deu muito muito apoio. Para um empreendedor, muito mais que uma boa ideia, é necessário ter fôlego. É difícil para as mulheres trabalharem o dia inteiro e conseguir fazer lanches frescos e saudáveis aos filhos. Muitas preferem dar bolinhos que estão na dispensa. O meu objetivo é levar praticidade diariamente para as mães.

E hoje sua rotina é mais prazerosa com as crianças?

A questão é que você tem mais flexibilidade. Com certeza eu trabalho muito mais do que quando tinha carteira assinada no mercado de trabalho, mas eu posso administrar o tempo para dar atenção a elas. Hoje, tenho autonomia durante a semana para levá-las ao médico, à natação, levar e buscar na escola. Dependendo do dia, dá tempo de ficar em uma praça, fazer compras, ir à feira juntas. No fim de semana vamos a clubes e eventos culturais. São coisas que o mercado de trabalho não nos permite.

E você pretende ter mais filhos? Quais as expectativas a partir de agora?

Não quero ter mais filhos. Estou satisfeita com as duas meninas, a Maria Luíza, de um ano, e a Maria Isabel, de cinco anos. Mas a Oficina da Merenda é um terceiro filho para mim. É um trabalho que faço com muito carinho. Trata-se exatamente de ajudar as outras mães a cuidarem dos seus filhos principalmente pela alimentação, com base nas dificuldades que passei. Mesmo que o começo ainda seja pequeno, abrangendo somente a zona sul [do Rio de Janeiro] e a Barra da Tijuca, na zona oeste, o objetivo é mudar a educação alimentar das crianças do Brasil também.


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