Adieu, Les Bleus!

Em 1998, uma seleção deu orgulho ao seu país. Eram 11 homens em campo, que espelhavam a diversidade de toda uma nação. Brancos, negros, bascos, africanos, argelinos, latinos, todos estavam naquele grupo. Uma diversidade de etnias, de origens, de cores, unidas sob uma mesma bandeira, sob um mesmo hino (a Marselhesa, a trilha da Copa). Antes dos jogos, o abraço entre todos os jogadores fazia com que parecessem um só corpo. Um time. Uma nação. [nggallery id=14258] Mais do que ganhar pela primeira vez a Copa, e ainda em casa, a seleção da França comandada por Aimé Jacquet mostrou ao mundo do que o futebol é capaz. Integra, congrega, derruba barreiras, une uma nação. Para o desespero de Jean-Marie Le Pen, o líder da Frente Nacional, partido ultranacionalista e de direita da França, que até hoje prega barreiras contra os imigrantes do país. Os imigrantes representados por Zidane, Lizarazu, Desailly, Thuram, Trezeguet, entre outros daquela inesquecível seleção. Imigrantes que construíram e constroem a França.Em 2010, uma seleção deu vergonha ao seu país. Eram 11 homens em campo, mas não uma equipe. Era cada um por si e o técnico contra todos. Uma diversidade de pensamentos e objetivos, escancarados na mesma mesquinhez, no mesmo individualismo. Antes dos jogos, o baixo astral de todos os jogadores fazia com que parecessem zumbis. Um bando. Uma vergonha.Mais do que apresentar uma postura incompatível para uma campeã do mundo, a seleção da França que deu o melancólico adieu da Copa da África do Sul nesta terça-feira (22) mostrou ao mundo do que a vaidade do ser humano é capaz. Corrói, desagrega, derruba estruturas, envergonha uma nação. Para o desespero do presidente Nicolas Sarkozy, que convocou a ministra do esporte da França, Roselyne Bachelot, para falar aos jogadores, na véspera da despedida francesa no mundial, a derrota para a África do Sul, por 2 a 1. Em vão.A França sai da Copa de 2010 pela porta dos fundos, na mais deselegante participação de um campeão mundial em 80 anos de história. Resta a Laurent Blanc, zagueiro daquele time de bravos campeões mundiais de 1998 e que vai assumir o posto de técnico, resgatar o espírito de união de uma seleção. Afinal, a liberdade é azul, a igualdade é branca e a fraternidade é vermelha.Notas e impressões– A participação da seleção anfitriã na Copa foi breve, mas bonita e marcante. Apesar de não ter conseguido a classificação para a segunda fase, fato inédito na história dos mundiais, o time comandado por Carlos Alberto Parreira foi valente. Certamente, os Bafana Bafana deram orgulho para a sua torcida, que pôde (e deve), sim, comemorar ao menos a vitória sobre os franceses. Com direito a vuvuzelaço!- O Uruguai já surpreendeu nessa primeira fase. Não só se classificou, como ficou na primeira colocação do grupo A, depois de empate sem gols com a França, vitória categórica sobre os anfitriões (3 a 0) e novo triunfo contra os mexicanos (1 a 0). A sólida defesa comandada pelo ex-são-paulino Diego Lugano não foi superada e é a melhor da Copa. O ataque tem um endiabrado Diego Forlán, entrosadíssimo com Suarez e Cavani. Olho na Celeste Olímpica.- O duelo entre Argentina e México será uma reedição de uma das oitavas de final da Copa da Alemanha, em 2006. Quatro anos atrás, os hermanos levaram a melhor, mas sofreram para marcar o gol da vitória, de Maxi Rodriguez, na prorrogação. Os dois times mudaram e evoluíram em relação às seleções de 2006. É bom o time de Maradona abrir o olho com o rápido ataque mexicano, que tem Giovanni dos Santos e Carlos Vela (lesionado, pode ainda ser desfalque para o técnico Javier Aguirre) em ótima fase. A fraca defesa argentina que se cuide e reze para que Messi, Higuaín, Tevez e cia. resolvam lá na frente. Jogaço, domingo, às 15h30.

MAIS:
– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
Site oficial da Copa do Mundo de 2010

Argentina x México e Uruguai x Coreia do Sul nas oitavas

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