De volta a uma Copa do Mundo, Camarões é o principal responsável pela valorização do futebol africano. Em 1990, na Itália, a seleção comandada pelo veterano Roger Milla surpreendeu logo na estreia, vencendo a Argentina, que havia sido a campeã em 1986. Naquele ano, os camaroneses alcançaram as quartas de final e perderam por 3 a 2 para a Inglaterra, somente na prorrogação. Os camaroneses perderam também para a própria falta de maturidade e comprometimento tático. [nggallery id=14296] A Copa de 1990 foi a segunda participação de Camarões em mundiais. Depois da excelente campanha, só repetida no continente africano por Senegal, em 2002, os camaroneses foram para todas as Copas do Mundo, menos a última, na Alemanha. Apesar disso, nunca conseguiram repetir o feito da seleção de Milla e companhia. Somando as Copas de 1994, 1998 e 2002, a seleção camaronesa só venceu uma partida no torneio.A classificação para a primeira Copa do Mundo em solo africano não foi tão fácil quanto se esperava. A jornada começou com a demissão do técnico português Artur Jorge, após falhar nas eliminatórias para a Copa da Alemanha. Arie Haan, da Holanda, entrou em seu lugar, mas seis meses depois, em fevereiro de 2007, já deu adeus ao cargo, alegando interferência da federação em sua maneira de treinar e escalar o time. O interino Jules Nyongha ficou pouco tempo à frente da seleção, apenas esperando a escolha de algum técnico capaz de colocar Camarões novamente no caminho da vitória.A Federação Camaronesa apelou para um especialista em futebol africano e, ainda em 2007, anunciou o alemão Otto Pfister, que já havia comandado seleções como Ruanda, Zaire, Senegal, Costa do Marfim, Togo e Gana. O primeiro grande desafio seria a Copa das Nações Africanas de 2008. A campanha de Pfister e sua equipe foi muito boa, apesar da derrota para o Egito na final. Agora era a hora de enfrentar as eliminatórias.Na primeira fase, os camaroneses foram beneficiados pela sorte e caíram em grupo com Ilhas Maurício, Cabo Verde e Tanzânia. Foram cinco vitórias e um empate, o que levou a equipe para a próxima e decisiva parte das eliminatórias. Sorteados no Grupo A, a tarefa de Camarões não era tão fácil dessa vez. Apenas o primeiro colocado garantia vaga para a África do Sul e o grupo contava com Gabão, Marrocos e Togo.Logo na primeira partida, contra Togo, fora de casa, a equipe de Pfister sofreu uma derrota. Na segunda jornada, encarou o Marrocos diante de sua torcida. Empatou e ainda viu Otto Pfister renunciar de seu cargo por não ter nenhuma condição de exercer seu trabalho, segundo ele. Thomas Nkono, goleiro dos Leões Indomáveis nas Copas de 1982, 1990 e 1994 e então atual treinador de goleiros, teve o trabalho de segurar o plantel enquanto a federação, novamente, buscava por um comandante.Agora não existiam mais margens para erro. Apesar disso, Paul Le Guen, técnico há aproximadamente 10 anos e que havia treinado apenas equipes do futebol francês, foi o nome escolhido. E muito bem escolhido! O francês deu outra cara à seleção camaronesa e venceu todos os quatro jogos restantes das eliminatórias. Camarões estava novamente classificado para uma Copa do Mundo!Com uma equipe experiente e vários jogadores no futebol europeu, a seleção camaronesa conseguiu adquirir a maturidade que sempre faltou ao futebol africano. O principal jogador e camaronês mais bem-sucedido internacionalmente é, com certeza, Samuel Eto’o, que já defendeu o Barcelona e agora joga na Inter de Milão. Eto’o esteve presente na Copa de 1998, quando tinha apenas 17 anos e também na de 2002. O experiente Geremi, que já jogou no Chelsea e no Real Madrid, é outro atleta de referência para a equipe. Para completar, o excelente goleiro do Espanyol (ESP), Kameni, apontado por muitos como o melhor goleiro africano em atividade.

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Site oficial da Copa do Mundo de 2010


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