Forasteiros no comando

Na 19ª edição da Copa do Mundo, nove técnicos entram no torneio, dispostos a quebrar uma sina: nunca houve uma seleção campeã do mundo dirigida por um estrangeiro. Chegar à final já seria algo grandioso, já que apenas dois conseguiram tal feito nas 18 edições realizadas até hoje.
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Em 1978, Ernst Happel, austríaco respeitadíssimo nos países baixos, comandou a Holanda até a final da Copa da Argentina, a segunda seguida para o país. Na decisão, os holandeses foram derrotados pela Argentina que, na época, também não tinha nenhum título. A equipe não era mais a Laranja Mecânica de 1974, não tinha mais o cérebro Cruiff, mas ainda dava um belo suco.

Outro que chegou perto de escrever seu nome na história foi o inglês George Raynor. Não fosse por um garoto franzino, de 17 anos, chamado Pelé, Raynor teria levado a Suécia ao título, na Copa de 1958. Mas os próprios suecos se renderam à magia de Pelé, Garrincha e Cia., depois de um categórico 5 a 2. Até o Rei Gustavo desceu da tribuna para cumprimentar os campeões no campo do estádio Rasunda, na Suécia.

O continente que mais importa técnicos é justamente o que está organizando a Copa, a África. Dos seis países classificados para o mundial de 2010, quatro têm “gringos” no comando. Mas, pela menor tradição no esporte, apesar de incomodarem, ninguém espera nada grandioso das seleções africanas, a não ser os sul-africanos, que podem surpreender por jogarem em casa.

Quem tem a responsabilidade de liderar a equipe sede na Copa do Mundo é o brasileiro Carlos Alberto Parreira, que sabe exatamente o caminho para triunfar na competição. Parreira esteve no banco de reservas em nada mais nada menos que cinco Copas do Mundo: em 1982, pelo Kuwait, 1990, com os Emirados Árabes Unidos, em 1994, quando teve sua maior glória no futebol ao vencer o torneio dirigindo o Brasil, em 1998, à frente da Arábia Saudita e a última participação em 2006, quando teve uma campanha vergonhosa, em sua volta ao comando da seleção canarinho.

Os outros países africanos optaram por técnicos europeus. O sérvio Milovan Rajevac foi chamado para organizar Gana, enquanto Paul Le Guen foi recrutado da França para dirigir Camarões e, por fim, Lars Lagerbäck assumiu, no último sábado (6) o time da Nigéria.

Vahid Halilhodzic, da Bósnia e Herzegovina, foi demitido pela Costa do Marfim, que está sem comando até agora. O holandês Guus Hiddink, que levou a Coreia do Sul às semifinais em 2002, além da própria Holanda à mesma fase, em 1998, é o nome mais indicado a assumir o barco marfinense. No continente africano, apenas a Argélia terá técnico nativo, com Rabah Saadene.

Na América do Sul, tanto o Chile quanto o Paraguai optaram por técnicos argentinos. Marcelo Bielsa no primeiro e Gerardo Martino no segundo. No Velho Continente, os dois países que optaram por estrangeiros chamaram alemães. Ottmar Hitzfeld e Otto Rehhagel são os técnicos da Suíça e da Grécia, respectivamente. Desde 2001 no comando da Grécia, Rehhagel levou o time ao incrível título da Eurocopa de 2004 e foi o primeiro treinador estrangeiro a vencer o torneio (presságio?).

Mas, apesar da façanha do alemão com os gregos, Suíça e Grécia, assim como Paraguai, Chile e os africanos, não parecem qualificados para chegar ao primeiro lugar e, assim, quebrar a sina dos “forasteiros”.

A grande aposta vem da Inglaterra, ou melhor, da Itália. O vencedor Fabio Capello, que ganhou à frente de times como Real Madrid, Milan, Roma e Juventus, vai comandar o English Team na África do Sul. Com um elenco capaz de levantar o troféu, Capello é o candidato principal a ser o primeiro treinador estrangeiro campeão do mundo.

Os ingleses foram os colonizadores da África do Sul e lá se sentem em casa. Será que o forasteiro Capello também vai se sentir em casa para levar a taça? O que você acha?

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MAIS:
– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
Site oficial da Copa do Mundo de 2010


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