Ronaldinho Gaúcho já disse mais de uma vez que seu grande sonho é disputar a Copa do Mundo de 2010, que seria a terceira e, provavelmente, a última de sua carreira (tem 30 anos). Dunga, no entanto, parece que não dará o braço a torcer. Será que é valido dar outra chance ao Gaúcho? A história prova que muitos já triunfaram quando receberam uma nova chance. [nggallery id=14372] O primeiro exemplo deles é uma joia bruta. Ou melhor, um diamante. Em 1934, na segunda Copa do Mundo da história, Leônidas da Silva, o Diamante Negro, era a grande esperança para o Brasil passar ao menos da primeira fase. O atacante fez o seu, mas não conseguiu levar a seleção para a próxima fase. No final, 3 a 1 para a Espanha logo no primeiro jogo, que era de oitavas de final.Na Copa seguinte, Ademar Pimenta resolveu acreditar em Leônidas. Boa decisão. O Brasil finalmente passou da primeira fase. Fez mais. Terminou a Copa da França em terceiro e o Diamante Negro foi o artilheiro, com 7 gols em 4 jogos.Na outra Copa realizada na França, 50 anos depois, em 1998, o Brasil depositava todas as fichas em Ronaldo, melhor do mundo em 1996 e 1997. A seleção fez uma boa primeira fase, sem dificuldades e, com a ajuda dos gols do Fenômeno, conseguiu chegar até a final. Em um episódio que até hoje permanece muito mal explicado na história do futebol, Ronaldo sofreu, literalmente, um “apagão”. Muito abatida, a seleção brasileira foi derrotada pela França por categóricos 3 a 0 e ficou em segundo lugar.De 1998 até 2002, Ronaldo sofreu inúmeras lesões e muitos já contestavam seus dotes fenomenais. Mas Luiz Felipe Scolari não. O técnico deu a cara para bater, não chamou o baixinho Romário e decidiu que Ronaldo seria seu atacante. O resultado foi uma das voltas por cima mais bonitas da história do futebol. O camisa 9 renasceu e foi um dos grandes responsáveis pelo título do Brasil naquele ano. Foi o artilheiro da Copa na Coreia do Sul e Japão, com 8 gols, dois marcados na final contra a Alemanha.Outra incrível reviravolta que a Copa do Mundo proporcionou não gera uma lembrança muito agradável para nós, brasileiros. Aos 22 anos, Paolo Rossi jogava pelo modesto Vicenza. Mesmo assim, fez parte da equipe que perdeu para o Brasil na disputa do terceiro lugar na Copa de 1978. Aproximadamente dois anos depois, quando já atuava pela Juventus, o jogador foi acusado de participar de um escândalo de apostas na loteria esportiva da Itália e foi obrigado a ficar dois anos afastado do futebol.Na Copa de 1982, Rossi já estava liberado para jogar. Mas, com sua historia manchada, poucos acreditavam em sua convocação. O jogador retribuiu a confiança do técnico Enzo Bearzot e foi o nome da Copa. Terminou o torneio com 6 gols, 3 deles contra o Brasil, que contava com uma das melhores seleções de todos os tempos. Rossi destruiu com o sonho do tetra no jogo que ficou conhecido como “Tragédia do Sarriá”.Além desses casos de volta por cima, o próprio Dunga soube aproveitar uma segunda chance. Nosso atual técnico foi o principal culpado pela péssima campanha brasileira no ano de 1990, na Itália. Em 1994, Carlos Alberto Parreira resolveu bancar Dunga no time e, ainda por cima, como capitão. Outra modificação foi colocar Romário, que em 1990 assistiu ao vexame do banco, como titular. O Brasil foi campeão e o termo “Era Dunga”, antes sinônimo de fracasso, ganhou status de superação e de título.Em 2006, Ronaldinho era o melhor do mundo nos dois anos anteriores e, nem por isso, foi capaz de salvar o Brasil do fiasco. Agora, parece retomar o bom futebol no Milan e tem o apoio da imprensa e da torcida para ir ao mundial da África do Sul. Será que 2010 não é o ano da redenção? Está tudo nas mãos de Dunga, que já teve uma segunda oportunidade para se redimir e trouxe a taça na bagagem.
MAIS:
– Conheça as cidades sede com nosso infográfico
– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
– Site oficial da Copa do Mundo de 2010
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