Messi está na história

Está difícil não subirmos um pouco Messi no seleto grupo dos melhores jogadores de todos os tempos. Se a grande maioria considera Pelé o intocável Rei do Futebol, opinião que eu divido, apesar de hoje muito menos convicto do que tempos atrás, está cada vez mais claro que Messi já entra, de uma vez por todas, em outra lista. A mesma que tem Maradona, Zidane, Ronaldo, Di Stefano, Beckenbauer, Puskas, Romário, Cruyff, Platini e mais alguns outros a sua escolha.

Na tarde da última terça-feira, o craque argentino alcançou a marca dos 234 gols com o mítico manto azul-grená do Barcelona e se tornou o maior artilheiro da História do clube em partidas oficiais, ultrapassando o espanhol César Rodriguez. Há os que batem o pé, afirmam que Messi não tem o “algo a mais” que separa grandes jogadores das lendas imortais, outros comparam o jogador a um robô, previsível, engessado. Há também aqueles que insistem em compará-lo ao craque Neymar, genial, mas que ainda não pode ser colocado entre as lendas. Repito, ainda.

Futebol é futebol, nada mais saudável que debates acalorados com os amigos regados a alguns goles de cerveja. Todo mundo vira técnico. Opiniões são válidas, mas discutir contra números é impossível. O jogador é o tricampeão seguido na premiação de melhor do mundo da Fifa e, seguramente, leverá a honraria pela quarta vez. Apenas nessa temporada, foram 54 gols em 45 jogos para o camisa 10 do Barça, seus 234 tentos foram anotados em 314 partidas, uma média de quase 0,75 gol/jogo. Digo no chute, apesar de o meu ser muito menos certeiro do que o de Messi, mas é muito possível que nenhum jogador em atividade na atualidade tenha média tão positiva. Ele já é o melhor jogador do Barcelona, clube que teve em seu plantel alguns dos maiores de todos os tempos, e isso é um ponto a se levar em consideração.

Se fala em como a equipe catalã joga hoje em dia e o que seria de Messi sem Xavi, Iniesta a alguns outros, mas o que seria deles sem Messi? Será que eles fazem o jogador crescer ou é o craque argentino que refina o futebol de seus coadjuvantes? Xavi e Iniesta estão na equipe principal do Barcelona há mais tempo que o argentino, porém, o futebol deles nunca foi nem um rascunho do que hoje apresentam.

Agora, quando se fala de Pelé, a análise muda um pouco. Os 234 gols com a camisa do clube espanhol e os pouco menos de 300 na carreira fazem cócegas nos quase 1.200 do nosso Rei. As Copas do Mundo, então, nem se fala. Messi nunca se destacou no maior torneio de futebol do mundo, enquanto Pelé levantou três taças (1958, 1962 e 1970), sendo fundamental na primeira e na última conquista. Mas, só por se cogitar que o argentino tem tempo e capacidade para rivalizar Pelé, já o torna digno ao menos de um título de lorde no reinado da bola.


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