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Gaúcho de Passo Fundo, Luiz Felipe Scolari, como jogador, nunca foi mais do que mediano. O zagueiro se profissionalizou no Caxias, passou pelo Juventude, Novo Hamburgo e terminou a carreira no CSA, de Alagoas, aos 34 anos.

O que lhe faltava em técnica, sobrava em vontade e liderança. Assim que se aposentou, foi convidado pelo mesmo CSA para comandar o time. Em seu primeiro ano como treinador, veio o primeiro título, o de campeão estadual.

Apesar do começo promissor em Alagoas, resolveu voltar para sua terra natal, onde podia tomar seu chimarrão e ficar perto da família. Na década de 1980 treinou o Juventude, o Caxias, o Brasil de Pelotas, o Grêmio, o Goiás, o Coritiba e teve até suas primeiras experiências no exterior, no Kuwait e na Arabia Saudita, sem muitos resultados positivos.

O destaque só veio no início dos anos 1990, a frente do Criciúma, com o título da Copa do Brasil, até hoje maior conquista da história do clube.

O reconhecimento fez com que Scolari saísse do Brasil novamente, de novo para o Kuwait, onde treinou o Qadsia e depois a seleção local, antes de voltar para o Brasil e entrar de vez para a lista dos grandes técnicos brasileiros de sua época, a frente do Grêmio.

No Tricolor Gaúcho Felipão chegou em 1993. Foram três anos de clube, dois títulos gaúchos, um da Copa do Brasil, um Campeonato Brasileiro, uma Recopa Sul-Americana e uma Taça Libertadores da América. Saiu em 1996 para nunca mais voltar, fez o bastante para ser considerado um dos maiores profissionais que já passaram pelo Grêmio.

Foi para o Japão, onde não ficou nem um ano, antes de assumir o Palmeiras, time onde é até hoje considerado o melhor técnico que por lá já passou. Em 1997 o vice nacional já dava uma mostra do que estava por vir. A cada jogo o Verdão ia pegando mais a cara de seu comandante, um time aguerrido, de futebol objetivo, de pegada.

No ano seguinte o Palmeiras conquistou a Copa do Brasil e a Copa Mercosul, primeiro título continental dos paulistas. 

Em 1999 veio a glória máxima, a conquista da Libertadores, com direito a eliminação do maior rival nas quartas-de-final, o Corinthians. Em 2000, Felipão e seus comandados passaram mais uma vez pelo Timão em uma Libertadores, dessa vez na semifinal, porém, caíram diante do ótimo Boca Juniors de Riquelme na decisão.

Após ganhar praticamente tudo, Felipão decidiu que seu ciclo no Palmeiras havia chegado ao fim, trocou o verde pelo azul, foi para o Cruzeiro, onde ficou muito pouco tempo, já que foi chamado as pressas para assumir a Seleção Brasileira em 2001, após seguidas trocas de treinador.

A Copa do Mundo de 2002 estava próxima, Felipão não tinha muito tempo para montar a equipe ideal, porém, foi o bastante para criar sua família. Cortou peças que achava prejudicial ao elenco, como o atacante Romário, bancou outras que estavam desacreditadas, caso de Ronaldo, e o resultado todos sabem: Brasil pentacampeão do mundo! Naquele ano Felipão acabou sendo eleito pela Fifa o melhor treinador do planeta.

Desde então o mestre “passeou” bastante. Assumiu a seleção de Portugal, a qual levou a inédita decisão da Eurocopa em 2004 e a semifinal da Copa do Mundo, em 2006. Foi o primeiro técnico do país a acreditar no hoje melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo. Os dois até hoje mantém relação próxima de carinho e respeito.

Virou “Big Phil” na Inglaterra, a frente do poderoso Chelsea, foi ganhar fortunas no Uzbequistão, mas a saudade falou mais alto e voltou para o “seu Palmeiras” em 2010, onde ficou até 2012, antes de ser chamado mais uma vez as pressas para comandar o Brasil em uma Copa do Mundo.

Diferente de 12 anos atrás, dessa vez ninguém mais questiona os métodos de Felipão, todos sabem que, se alguém pode formar um time vencedor, esse alguém é ele. Há menos de dois anos no comando, o técnico já conquistou a confiança de torcida e jogadores, principalmente com a convincente campanha no título da Copa das Confederações, no meio de 2013.


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