O Procurador-Geral do governo da Indonésia, Muhammad Prasetyo, pediu respeito da comunidade internacional às leis do país, após críticas pelo fuzilamento de seis condenados à morte na madrugada deste domingo (18), (tarde de sábado, 17, no Brasil). Em entrevista coletiva em Jacarta, capital do país, Prasetyo disse também que compreende as manifestações contrárias à execução dos detidos. “Podemos entender as reações vindas de todas as partes do mundo e, principalmente, dos países que tiveram seus cidadãos fuzilados. No entanto, cada país tem de respeitar a lei que aplicamos no nosso país”, disse ele, segundo o jornal indonésio The Jakarta Globe.
O porta-voz também disse que, com a execução de Archer e de outros cinco presos, a pena de morte na Indonésia será mais compreendida pelos criminosos. “Agora vão entender que a pena de morte é algo que está em vigor na Indonésia e, assim, hão de compreender a nossa preocupação também”, completou.
Segundo o The Jakarta Globe, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, pretende matar 20 condenados por ano, dando condições para que todos os processos legais aconteçam. O fuzilamento dos seis condenados foi o primeiro do ano no país asiático, mas outros pelotões já estão próximos de acontecer. A retomada de execuções no país asiático ocorreu em 2013, ainda com o ex-presidente Susilo Bambang, que chegou a dizer ao governo brasileiro que não mataria o carioca Marco Archer Moreira, de 53 anos, um dos fuzilados deste sábado, em uma prisão local. Eleito no ano passado, o novo mandatário do país venceu o pleito tendo como uma de suas principais bandeiras o endurecimento das leis contra o tráfico de drogas. Ele argumenta que a pena de morte para este crime é necessária para combater a produção e distribuição de entorpecentes na Indonésia.
“Não deve haver qualquer processo legal inacabado. Uma vez que o processo é feito completamente, vamos preparar a execução o mais rápido possível”, finalizou Prasetyo.
O governo brasileiro informou – via nota oficial – na tarde deste sábado (17) que convocou o embaixador do Brasil em Jacarta, Paulo Alberto da Silveira Soares, para consultas em Brasília. No protocolo das relações internacionais, o gesto é compreendido como um agravo no contato entre dois países. No documento, o Ministério das Relações Exteriores também afirmou que a execução do brasileiro Marco Archer Moreira, neste sábado, “afeta gravemente as relações entre os dois países”.
Marco Archer Moreira
Apesar de todos os pedidos do governo brasileiro e de autoridades internacionais, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado na noite deste domingo (18), (tarde de sábado, 17, no Brasil), pelo Estado da Indonésia. Ele foi condenado à morte por tráfico de drogas após tentar entrar com 13,4 quilos de cocaína no país, em 2003. Archer foi executado à 0h30, no horário local, por volta das 16h do horário brasileiro, na prisão de Nusakambangan, no interior do país. Além dele, outros cinco condenados foram executados pelo pelotão de fuzilamento, em locais distintos.
O corpo de Archer será cremado na Indonésia e, em seguida, trazido para o Brasil. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as despesas do transporte serão custeadas pela família dele. Foi o primeiro brasileiro da história a ser condenado à morte e executado posteriormente fora do País. Além de Archer, há outro brasileiro na fila da morte do governo do país asiático: o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, preso em 2005 por tentar entrar com drogas em pranchas de surf no aeroporto de Jacarta. Ele ainda não tem a data do fuzilamento marcada.
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