Acidente nos Alpes não é o 1º com causa proposital, diz órgão

Equipes buscam segunda caixa-preta de Airbus - Foto: Reprodução/lemonde.fr
Equipes buscam segunda caixa-preta de Airbus – Foto: Reprodução/lemonde.fr

A Fundação Internacional de Segurança do Voo (FSF, da sigla em inglês), por meio da Rede de Segurança da Aviação, divulgou nesta quinta-feira (26) uma lista com 13 casos em que pilotos ou copilotos provocaram (ou suspeita-se que tenham provocado) desastres aéreos intencionalmente. A divulgação aconteceu após o copiloto do avião da companhia alemã Germanwings, Andreas Lubitz, um jovem alemão de 28 anos, ser acusado de lançar o Airbus contra as montanhas dos Alpes Franceses deliberadamente, causando a morte de 150 pessoas.

O acidente mais grave registrado pela Rede de Segurança da Aviação aconteceu em 31 de outubro de 1999, quando um Boeing da Egypt Air que decolou de Nova York com destino ao Cairo mergulhou no oceano a 100 quilômetros ao sul de Nantucket, estado de Massachusetts, 217 pessoas morreram

Investigações do Conselho Nacional de Segurança em Transporte (NTSB, da sigla em inglês), concluíram que o acidente foi provocado pelo copiloto substituto, Gameel Al Batouti, por “razão indeterminada”. Gravações do interior da cabine mostraram que, segundos depois que o capitão deixou a cabine para usar o lavatório, Batouti desligou o piloto automático enquanto repetia “Tawkalt ala Allah”, frase em árabe que significa “Eu confio em Deus”.

Em 19 de dezembro de 1997, um Boeing da SilkAir, em rota de Jakarta, na Indonésia, para Singapura, mergulhou no Rio Musi, no sul da Sumatra, levando 104 pessoas à morte. Investigações da NTSB concluíram que o capitão, que tinha um histórico de problemas no trabalho, conduziu o avião à queda no momento em que o copiloto deixou a cabine.

Andreas Lubitz - Foto: Arquivo pessoal
Andreas Lubitz – Foto: Arquivo pessoal


No caso da Germanwings, o procurador francês Brice Robin afirmou nesta quinta (26) que o copiloto estava sozinho no comando do avião no momento da queda e se recusou a abrir a porta da cabine para o piloto, que tinha ido ao lavatório. Na gravação extraída de uma das caixas-pretas do avião, é possível ouvir o piloto gritando do exterior da cabine, pedindo para entrar, além de chamadas do controle de tráfego aéreo, que não foram respondidas.

De acordo com o procurador, a respiração de Lubitz também é audível nas gravações, o que prova que ele não perdeu a consciência durante a queda. Momentos antes da colisão, gritos de passageiros foram registrados.

Investigadores conduziram, nesta tarde, uma busca na casa de Lubitz, na cidade alemã de Montabaur, para levantar pistas que indiquem a motivação do copiloto em provocar a tragédia. Segundo informações da página de Lubitz no Facebook, que foi deletada, ele parecia ter uma vida normal, com interesses semelhantes aos de qualquer outro jovem de sua idade.


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