França alerta para “consequências” caso Indonésia execute francês

Francês Sergei Atlaoui, de 51 anos, está no corredor da morte da Indonésia - Foto: Reprodução/ Jakarta Globe
Francês Sergei Atlaoui, de 51 anos, está no corredor da morte da Indonésia – Foto: Reprodução/ Jakarta Globe

A embaixadora da França em Jacarta, capital da Indonésia, Corinne Breuzé, afirmou nesta sexta-feira (17) que “as relações bilaterais entre os dois países sofrerão consequências” caso o artesão francês Serge Atlaoui, de 51 anos, seja executado pelo Estado indonésio neste mês, como promete a justiça local. Ele foi preso em 2005 durante uma operação policial que o flagrou em um laboratório clandestino de ecstasy no subúrbio de Jacarta. Dois anos depois, em 2007, foi condenado a morte pelo Supremo Tribunal da Indonésia.

Assim, a França será o segundo país europeu a entrar em rota de colisão diplomática com a Indonésia: em janeiro, o ministro das Relações Exteriores da Holanda, Bert Koenders, chamou o embaixador do país em Jacarta de volta a Amsterdã para consultá-lo sobre a execução de Ang Kiem Soei, após intensos pedidos de clemência ao governo indonésio vindos, inclusive, da monarquia holandesa. Na ocasião, o brasileiro Marco Archer Moreira também foi fuzilado depois de anos no corredor da morte. Ele foi flagrado com 13,4 quilos de cocaína no aeroporto de Jacarta, em 2003. Foi o primeiro cidadão do Brasil condenado a morte e executado no exterior.

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“O que nos parece chocante é que o nosso compatriota é o único que será executado. Ele tinha um papel menor neste caso e nunca teve contato com drogas de qualquer natureza”, disse Breuzé, se referindo ao fato de que outras oito pessoas foram presas na mesma operação em que ele foi detido. Ela ainda lembrou que a França aboliu a pena de morte em 1981 e, desde então, reprova a medida.

Serge Atlaoui disse, em sua defesa, que não estava envolvido com drogas quando foi preso, mas estava instalando máquinas industrias no que ele pensava ser uma fábrica de objetos acrílicos. Segundo o jornal indonésio Jakarta Globe, o francês fez, recentemente, um apelo formal ao governo do país sobre sua execução.

Marco Archer

O instrutor brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado em janeiro pelo governo da Indonésia, doze anos após sua prisão, perto da fronteira com o Timor Leste. Ele foi condenado à morte por tráfico de drogas após tentar entrar com 13,4 quilos de cocaína no país, em 2003. Foi o primeiro brasileiro da história a ser condenado à morte e executado posteriormente fora do País.

Na ocasião, o governo brasileiro convocou o embaixador do Brasil em Jacarta, capital da Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, para consultas em Brasília. No protocolo das relações internacionais, o gesto é compreendido como um agravo no contato entre dois países. Em enquete promovida por Brasileiros após a execução, a maioria dos nossos leitores afirmou que o governo da Indonésia apenas cumpriu as leis locais ao executá-lo. Para 62% das pessoas, o país agiu conforme prevê as suas regras, contra 38% que discordaram, dizendo que a pena de morte é uma decisão injusta.


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