O jornal indonésio Jakarta Post publicou reportagem neste domingo (8) em que afirma que as execuções de dez estrangeiros na Ilha de Cilacap – mesmo lugar onde o brasileiro Marco Archer foi fuzilado em janeiro – serão adiadas novamente. O diário informou que os militares e autoridades de segurança responsáveis pelos fuzis já deixaram, inclusive, os hotéis da cidade.
A advogada do um dos condenados, o nigeriano Raheem Agbaje Salami, Ursa Supit, confirmou, em entrevista à publicação, que “não há mais procuradores em Nusakambangan. Todos voltaram para Jacarta”. O adiamento tem relação direta com o brasileiro Rodrigo Gularte, que está na fila de condenados à morte no país asiático.
A Indonésia já havia adiado a execução de sete estrangeiros, incluindo o brasileiro, e quatro indonésios, em fevereiro, alegando problemas logísticos na prisão da Ilha de Nusakambangan onde ocorrerá o fuzilamento. Todos tiveram o pedido de clemência negado pelo presidente indonésio, Joko Widodo.
De acordo com Ursa, o governo reconsiderou o fuzilamento dos dez prisioneiros porque alguns deles ainda estão envolvidos em processos judiciais. “Meu cliente,por exemplo, tinha um julgamento no Estado Tribunal Administrativo, em Jacarta, na segunda-feira. Não tinha como matarem ele antes disso”, disse Ursa.
A Embaixada do Brasil na Indonésia ainda espera uma resposta do governo da Indonésia à solicitação que fez no mês passado para enviar o brasileiro Rodrigo Gularte para um hospital psiquiátrico. Segundo o governo brasileiro, ele tem problemas mentais e, por isso, não pode ser executado. Na semana passada, a procuradoria do país havia informado que o quadro mental de Gularte não alteraria a decisão da justiça indonésia. “No regulamento diz isso: as exceções se aplicam apenas para mulheres grávidas e aqueles com idade inferior a 18 anos. Para outros, não há exceções. Gularte não tinha problemas mentais quando cometeu o crime “, disse M. Pratseyo, da procuradoria, ao Jakarta Post.
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