Mulheres vão votar pela primeira vez na Arábia Saudita

Foto: Reprodução/nbcnews.com
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Pela primeira vez na história da Arábia Saudita as mulheres poderão votar e concorrer a cargos públicos. Neste sábado (12) serão realizadas as eleições municipais no país, estas que completam dez anos de implementação. Até 2005, não existiam votações para decidir os chefes de cada região.

Há uma década o regime monárquico e ultraconservador do Rei Abdullah abriu espaço para uma série de reformas do sistema político saudita. Agora sob a batuta do irmão, o Rei Salman, o país decidiu reforçar os desejos do antigo mandatário e concluir as reformulações. Sendo assim, será a primeira vez que as mulheres votarão e poderão ser votadas no país árabe.

A abertura já vem surtindo certos efeitos na política saudita, já que atualmente 30 mulheres fazem parte da Shura, espécie de conselho do regime do Rei Salman, e que conta com 150 participantes.

Apesar da possibilidade de concorrer, as mulheres ainda sofrerão com uma série de discriminações e limites para suas candidaturas políticas. As candidatas não poderão estampar cartazes com suas fotos e nem se comunicar com eleitores homens. “Não consigo ganhar se não falar com os homens” disse ao The New York Times Nassima al-Sadah, uma das candidatas.

Além disso, duas ativistas dos direitos humanos que estavam tentando concorrer foram afastadas pelas autoridades. Apesar das dificuldades, já são cerca de 900 candidatas registradas para disputarem eleições marcadas para este sábado, de um total de sete mil candidatos que procuram um lugar entre os 3100 disponíveis.

“Alguém tem de abrir caminho”, disse Karema Bokhary, professora de ciência que tem duas filhas com idade para votar, ao The Washington Post. Para a professora de arquitetura Haifa Alhababi o momento é de transformação na cultura saudita: “Este é um país jovem. Pode parecer desenvolvido por causa do dinheiro do petróleo. Mas ainda está a encontrar o seu caminho. Esta eleição é outro passo para as mulheres. Não desvalorizem”, disse ao jornal norte-americano. As informações são do site Diário de Notícias.


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