O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou nesta sexta-feira (8) o assassinato de cinco policiais por franco-atiradores na noite de quinta-feira (7) em Dallas (Estado do Texas), durante uma manifestação contra a violência policial, que na terça-feira (5) matou dois homens negros. Na ocasião, outros seis agentes foram atingidos.
Obama admitiu que não há detalhes sobre os atiradores, mas que “foi um ataque terrível, calculado e desprezível contra agentes de segurança”. A declaração foi feita pelo presidente americano depois de se reunir com os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Varsóvia, na Polônia. “Estamos horrorizados com estes fatos, e estamos unidos com o povo e o Departamento de Polícia de Dallas”, acrescentou.
O presidente americano garantiu que há “vários suspeitos”, que “não há justificativa possível para este tipo de ataque” e que “qualquer um envolvido nestes assassinatos” será responsabilizado: “A justiça será feita”.
Pelo menos cinco policiais foram mortos em uma manifestação, que ocorria à noite nas ruas de Dallas. Segundo relatos de testemunhas, a manifestação era pacífica e visava criticar a ação da polícia que, anteriormente, nos Estados de Minnesota e Louisiana, atirou e matou duas pessoas negras.
Segundo testemunhas, os suspeitos não faziam parte da manifestação de Dallas e atiraram intencionalmente nos policiais que acompanhavam os protestos. Três pessoas foram presas e um quarto suspeito estava sendo procurado depois de trocar tiros com policiais.
O chefe de polícia local, David Brown, descreveu a ação dos atiradores como de “estilo emboscada”. Em entrevista, no fim da noite, ele disse: “Acreditamos que esses suspeitos foram se colocando de forma triangular sobre policiais de duas posições diferentes em garagens no centro da cidade”. De acordo com o chefe da polícia, os atiradores “estavam planejando ferir e matar tantos policiais quanto pudessem”.
Dezenas de pessoas que participavam da manifestação, interrompida pela ação de atiradores contra policiais, ficaram retidas no centro de Dallas: elas não puderam sair do local porque o serviço de transporte coletivo foi interrompido para permitir que a polícia tentasse prender suspeitos.
Redes sociais
Os dois episódios tiveram ampla repercussão no país porque foram filmados por aparelho celular e colocados no Facebook. O que causou mais impacto foi o vídeo em que a namorada da vítima, Lavish Reynolds, registrou os momentos que se seguiram a disparos da polícia. No vídeo, Lavish Reynolds aparece sentada no banco do passageiro de um veículo com o namorado, ainda vivo, no assento do motorista e com uma camisa branca manchada de sangue. A filha de Lavish, de 4 anos, também estava no carro.
Em Chicago, manifestantes interromperam ontem um trecho da via Dan Ryan, uma das principais da cidade. Em Nova York, centenas de manifestantes bloquearam o tráfego na Times Square, no coração de Manhattan, entoando a palavra de ordem “mãos para cima, não atire”.
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