O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou nesta quinta-feira (25), em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que está pronto para ajudar no combate ao grupo extremista Estado Islâmico, chamado de ISIS, baseado em regiões interioranas da Síria e do Iraque e que motivou bombardeios estadunidenses nesta semana. Ele também argumentou que o Iraque pediu, inclusive, a participação britânica na situação.
Nesta sexta (26), em Londres, Cameron usou palavras mais duras ao abrir a votação no parlamento para a aliança do Reino Unido com os Estados Unidos e outros países árabes na contenção do grupo. “Trata-se de terroristas psicopatas que estão tentando nos matar”, afirmou. Depois de um debate que durou quase sete horas, o Legislativo aprovou, por 524 votos contra 43, a realização de ataques aéreos em território iraquiano. Essa é a terceira campanha militar britânica no Iraque desde 1991.
A principal oposição à entrada da Grã-Bretanha no conflito é o líder trabalhista Ed Miliband, que argumentou que é necessária uma resolução do Conselho de Segurança da ONU antes de iniciar qualquer tipo de ação em territórios sírio e iraquianos.
Seis jatos Tornado GR4, baseados na ilha de Chipre, ao sul da Turquia, estão a postos para iniciar os ataques. Forças especiais britânicas já estão atuando em terra para colher informações e identificar alvos.
Além do Reino Unido, outras duas nações europeias – Bélgica e Dinamarca – anunciaram que vão se unir à coalizão liderada pelos Estados Unidos contra as forças do Estado Islâmico. Os doispaíses enviarão aviões e tropas para apoiar os ataques aéreos no Iraque.
O parlamento da Bélgica aprovou o envio de seis jatos F-16 e 120 militares para apoiar a ação no Iraque. A votação aconteceu depois que o país recebeu um pedido formal de ajuda dos Estados Unidos. Na Dinamarca, o primeiro-ministro Helle Thorning-Schmidt anunciou, em entrevista à imprensa, que enviará 250 militares, três jatos e quatro aviões pelo período de 12 meses. A moção ainda precisa ser aprovada pelo parlamento dinamarquês.
Gafe
Cameron também chamou atenção nesta quinta-feira (25) por uma incrível gafe cometida na saída do prédio da ONU, em Nova York. Sem saber que as câmeras estavam gravando, ele fez um comentário sobre o alívio que sentiu quando ouviu o resultado da plebiscito que decidiu pela permanência da Escócia no Reino Unido e sobre a sua posterior conversa com a rainha Elizabeth II, dizendo que ela teria “rosnado” de alegria ao prefeito novaiorquino, Michael Bloomberg.
“A definição de alívio, quando você é o primeiro-ministro do Reino Unido, é você chamar Sua Majestade, a Rainha e dizer: ‘Vossa Majestade, está tudo bem’. Ela rosnou do outro lado da linha, nunca tinha ouvido ninguém tão feliz”, afirmou (veja o vídeo abaixo).
Em entrevista a jornalistas ingleses antes do retorno a Londres, Cameron pediu sua primeira desculpa, que se estenderão durante a semana que vem em eventos oficiais. “Estou muito envergonhado. Sinto muito.Foi uma conversa privada, mas é evidente que uma conversa privada não deveria ter esse tom e não terá novamente. Meu escritório já entrou em contato com o Palácio para esclarecer e eu vou também isso também”, acrescentou.
Presidentes latinos
Três presidentes latino-americanos falaram no palanque da Assembleia Geral da ONU nesta quinta-feira (25). O mais relevante foi o discurso de Juan Manuel Santos, da Colômbia, que focou no tema dos acordos de paz que estão sendo negociados com as FARC em Havana, capital de Cuba. “Nós fizemos um progresso significativo nos esforços para acabar com o conflito armado na Colômbia e isso, obviamente, nos afetou muito”, disse. “Estamos mais perto do que nunca para alcançar a paz”, completou.
Ele também comemorou os três pontos que já foram finalizados nas negociações entre o governo colombiano e o grupo armado: o desenvolvimento rural, a participação política e o tráfico de drogas.
O presidente do Peru, Ollanta Humala, enalteceu os recentes feitos do seu governo, falando também sobre a luta contra o tráfico de drogas na região andina da América Latina. o presidente Ollanta Humala levantou uma sessão especial sobre a luta contra o tráfico de drogas. “A responsabilidade comum e compartilhada dos produtores e consumidores, bem como países de trânsito e de financiamento, será utilizada para a definição de uma estratégia global em que todas as partes interessadas adotem resoluções vinculativas”, disse ele.
Juan Carlos Varela, do Panamá, focou seu discurso em melhorias sociais feitas no país durante sua gestão e nos desafios postos para os próximos anos.
A 69ª Assembleia Geral da ONU vai até o dia 30 de setembro, com outros debates paralelos durante o encontro.
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