Trump assume dizendo que “todos serão ouvidos”

Muitos duvidam que o bilionário conseguirá de fato romper com a política do passado
Muitos duvidam que o bilionário conseguirá de fato romper com a política do passado

Com um discurso populista e evocando o nacionalismo, Donald Trump, 70, tomou posse nesta sexta-feira, 20, como o 45º presidente dos Estados Unidos. O republicano começou a sexta-feira participando de uma cerimônia religiosa, seguida de um encontro com Barack Obama e Michelle Obama na Casa Branca. 

Segundo os organizadores, entre 900 mil e 1 milhão de pessoas, vindas de todo o país e do exterior, assistiam à posse do novo presidente. Para essa plateia, Trump lançou frases de efeito como “os homens e mulheres esquecidos do país não serão mais esquecidos”, “nós enriquecemos outros países enquanto a força e a riqueza de nosso país se dissipou no horizonte”, ou ainda “vamos trazer de volta o nosso emprego, nossas fronteiras, nossa riqueza e nossos sonhos”. Muitos duvidam que o bilionário cumpra a promessa que fez, ao se colocar como pré-candidato pelo Partido Republicano, de romper com a política do passado e inaugurar um novo estilo de governo.

Donald Trump é o presidente mais velho na história a assumir a presidência do país e tomou posse erguendo a mão direita e colocando a esquerda sobre uma Bíblia usada por Abraham Lincoln, para repetir o juramento previsto na Constituição dos EUA. O juramento foi dirigido pelo presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts. Em seguida, Trump abraçou a esposa, Melania, e outros membros de sua família e logo após iniciou seu discurso de posse.

A transição de um presidente democrata para um republicano ocorreu no Capitólio , o prédio do Congresso dos Estados Unidos. Ex-presidentes, parlamentares e centenas de representantes do Corpo Diplomático estavam presentes. Pela tradição, chefes de governo e de Estados estrangeiros não são convidados para a posse de presidentes americanos.

Protestos

Poucos minutos antes da posse, protestos contra a posse do republicano acabaram em carros destruídos e vidraças quebradas em ruas da capital norte-americana. Entre os manifestantes, era possível ver bandeiras anarquistas e cartazes com dizeres como “Junte-se à resistência. Lute agora” ou “Faça os racistas terem medo novamente”, em referência ao slogan de campanha de Trump.  

Manifestantes gritaram  para a polícia “Mãos para cima, não atire”, numa referência a um refrão adotado em protestos depois que a polícia matou Michael Brown em 2014 em Ferguson, estado de Missouri. De acordo com a polícia, várias pessoas foram presas sob acusações que incluem tumulto e vandalismo, uma hora antes de Donald Trump tomar posse.

A noite de quinta-feira, 19, já havia sido marcada por manifestações que tomaram a Avenida Pensilvânia e foram contidas com spray de pimenta pela polícia. Além de queimar um chapéu com o slogan de Trump, os manifestantes cantavam: “Donald Trump, suas mãos são pequenas, você nunca construirá o muro na fronteira”.

Estão marcados para este sábado, 21, um dia depois da posse de Donald Trump uma nova série de atos pelos direitos das mulheres e em prol de maior representatividade política, mas também por equidade racial, LGBT, justiça econômica e liberdades reprodutivas, direitos trabalhistas e igualdade salarial. Na longa lista de celebridades que devem se juntar aos eventos, estão Madonna, Katy Perry, Cher, Scarlett Johansson, Amy Schumer, Julianne Moore e Olivia Wilde.

As organizadoras justificam a ampla pauta de demandas afirmando que é chegado o momento de todos os movimentos se unirem e protegerem-se uns aos outros. 

Algumas das motivações dos atos são a baixa representatividade das mulheres nas indicações de Trump para seu gabinete – atualmente em torno de 17% – e uma série de comentários misóginos que Trump tem feito desde que decidiu se candidatar ao posto. Quando perguntado que mulheres iria chamar para ajudá-lo a governar, o republicano citou apenas a própria filha, Ivanka, que deve assumir pautas ligadas às mulheres e já recebe críticas por não levar em consideração em seus planos a população de baixa renda.

* Com informações da Agência Brasil


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