Uma mulher poderá dirigir a ONU pela 1ª vez na história

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, visita o Museu do Índio no Rio - Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil (21/9/2015)
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, visita o Museu do Índio – Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil (21/9/2015)

A disputa para suceder o atual secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, já começou. O mandato do atual secretário termina em 31 de dezembro e ele não vai tentar a reeleição. Oito candidatos ao posto já se apresentaram, dos quais quatro são mulheres: a búlgara Irina Bokova, chefe da Unesco; Helen Clark (ex-premiê da Nova Zelândia); Vesna Pusic (ex-chanceler da Croácia); Natalia Gherman (ex-chanceler da Moldova); Danilo Türk (ex-presidente da Eslovênia); António Guterres (ex-premiê de Portugal);  Vuk Jeremic (ex-chanceler da Sérvia) e Igor Lukšić (ex-premiê de Montenegro).

Pela primeira vez desde que foi criada, em 1945, a ONU promove neste ano uma campanha transparente para escolher seu dirigente. Até então, o processo era realizado a portas fechadas, e a decisão de fato cabia aos membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, China, Rússia, França, Reino Unido). Estes cinco países dispõem até hoje do poder de vetar o nome indicado pela Assembleia.

Os candidatos ao cargo foram sabatinados ao longo desta semana, em sessões transmitidas ao vivo. A búlgara Irina Bokova é considerada a favorita. Diplomata de carreira e ex-deputada socialista, Bokova estudou no Instituto de Relações Internacionais de Moscovo e, posteriormente, na universidade de Maryland e Harvard nos Estados Unidos. Tem o apoio da Rússia, mas enfrenta restrições dos EUA. 

A admissão da Palestina como país-membro da Unesco, em 2011, e a suspensão do financiamento da organização pelos Estados Unidos pesaram contra Bokova, que mesmo assim foi reconduzida ao cargo.  “Sei que vou ganhar a votação na ONU”, disse Bokova a um canal de televisão.

Durante o processo de sucessão de  Ban Ki-moon, as principais organizações de direitos humanos definiram uma “agenda” a ser cumprida pelo próximo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, sustentando que o eleito deveria se comprometer com uma nova abordagem para os refugiados e com o fim da pena de morte. 

A Anistia Internacional, o Observatório dos Direitos Humanos e quatro outros grupos consideraram que o próximo chefe das Nações Unidas deve estar preparado para invocar a carta da ONU para prevenir e acabar com atrocidades em massa, como as que têm civis como alvos em guerras.

“O mundo precisa de um secretário-geral forte, que se levante contra os países que cometem violações dos direitos humanos”, declarou Salil Shetty, secretária-geral da Amnistia, em comunicado. “As Nações Unidas não podem cumprir o seu mandato se não colocarem os direitos humanos no centro de toda a sua atividade”, acrescentou.

 


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