Debate aprofunda questões sobre a mulher nas redações

A Revista Brasileiros e a Fnac Paulista convidam para o encontro "O papel da mulher na mídia", com a jornalista Barbara Gancia mediada pela editora da revista brasileiros, Fernanda Cirenza. (Foto: Rodrigo Capote)
“O papel da mulher na mídia”. Foto: Rodrigo Capote.

 

A Brasileiros Editora, em parceira com a Fnac, organizaram debate nesta segunda-feira (10) sobre o papel da mulher na mídia. Para tal, duas representantes de relevância no jornalismo brasileiro: Fernanda Cirenza, editora-chefe da Revista Brasileiros, e Barbara Gancia, que já trabalhou nas principais redações do País e tem caminhado com desenvoltura por televisão, mídia impressa e mídia digital.

“A grande conquista do feminismo não foi a divisão dos trabalhos domésticos. Um pai trocar a fralda de seu filho não é nada além do que uma obrigação. A grande conquista da mulher foi sair para rua, estudar”, comentou Barbara.

Ao lembrar do início de sua carreira, há mais de 30 anos, a jornalista lembrou que dificilmente uma mulher conseguia alcançar um cargo de editora em um grande veículo, e quando isso acontecia, seu salário era inferior ao de um profissional do sexo masculino no mesmo patamar hierárquico. Na opinião dela, essa realidade mudou, porém, ainda não alcançou a condição ideal. “Hoje as mulheres são mais respeitadas nas redações, mas ainda existe uma diferenciação, principalmente na questão salarial”, analisou.

Barbara não se ateve apenas a questão da mulher na mídia, teceu comentários também a respeito da atual situação do País e do papel da mídia como um todo nesse momento. “O jornalista é necessário por que ele é sinônimo de credibilidade, coisa que você não encontra em qualquer blog. Se algo foi publicado em um jornal, por exemplo, pode ter certeza que aquela informação foi checada profundamente”, revelou.

Perguntada sobre a forma com que a mídia aborda o universo feminino, Barbara concordou que, mesmo as publicações voltadas para o assunto, não conseguem fazer um trabalho brilhante por conta, principalmente, da baixa remuneração e fraco treinamento manejado para os profissionais atualmente. Fernanda Cirenza, que por muito tempo esteve em revistas voltadas para o público feminino, concordou: “Acaba entrando em uma mesmice, para falar sobre relacionamento, vão colocar a história da insegurança em relação ao cara que não ligou…”.

Sobre a questão biológica feminina, que inevitavelmente a diferencia, Barbara disse não acreditar que as mulheres tenham que se adaptar ao contratante, e sim o oposto. “É uma questão fisiológica, a mãe tem que estar com seu bebê no começo de sua vida, e isso não teria que ser visto como uma concessão”.

Quanto ao clima no ambiente de trabalho e a forma com que os colegas tratam as mulheres, Barbara brincou, citando seu colega e amigo jornalista esportivo e narrador Silvio Luiz, que assistia ao debate na plateia. “Esse daqui quase quebra o pescoço cada vez que passa uma mulher bonita na redação, estou pra ver o dia que poderemos nos vestir como quisermos e vocês (homens) não encham o nosso saco!”, brincou ela. De olho no lance, Silvio Luiz entrou na brincadeira, subiu no palco, pediu a palavra e soltou um categórico “O que é bonito é pra se olhar!”.


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