Adversários de Cunha calculam já ter votos suficientes para cassá-lo

O deputado afastado Eduardo Cunha - Foto: José Cruz / Fotos Públicas
O deputado afastado Eduardo Cunha – Foto: José Cruz / Fotos Públicas

A poucas horas da sessão que deve definir o futuro político do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adversários do peemedebista, que já estão em Brasília, estão confiantes na presença de mais de 400 deputados em plenário e na cassação de seu mandato. Relator do processo contra Cunha, quando o caso começou a tramitar no Conselho de Ética há mais de 11 meses, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) disse que será uma votação tensa, constrangedora, mas “necessária”.

“O processo está maduro e tem que ser votado. Cumpriu as etapas”, afirmou Rogério, afastando qualquer possibilidade de novos questionamentos, como recursos que a defesa de Cunha já apresentou para criticar etapas da tramitação do caso. Rogério sabe que aliados de Cunha devem tentar novas “manobras” nesta fase final. “Desde o início o processo tem sido marcado por manobras. Não seria novidade eles tentarem novamente agora na fase final”, afirmou.

No domingo (11), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin negou a concessão de liminares pedidas por Cunha e por seus aliados para permitir que os deputados apresentassem emendas durante a votação. Com isso, os deputados terão de votar o parecer recomendando a cassação. Aliado de Cunha, o peemedebista Carlos Marun (MS) disse nesta segunda (12) que vai insistir na tentativa de votar um projeto de resolução ao invés do parecer: “Vamos tentar uma pena alternativa”. Marun descartou qualquer movimentação ou sinalização de uma possível renúncia. 

Na abertura da sessão, antes mesmo do tempo destinado a Marcos Rogério, que terá 25 minutos para defender seu parecer, já aprovado pelo Conselho de Ética, em junho, por 11 votos a 9, os deputados poderão apresentar questões de ordem. A expectativa é que os mais próximos de Eduardo Cunha tentem defender um fatiamento da votação nos moldes do que ocorreu no Senado, durante o impeachment de Dilma Rousseff, para que seja decidido, separadamente, a perda do mandato e a perda de direitos políticos: “O fatiamento não tem amparo legal. A Câmara não tem que adotar um precedente desta natureza”.

Para o relator do caso, a maioria dos deputados já tem opinião formada sobre o caso e não deve haver surpresas na sessão. Algumas bancadas marcaram reunião para o início da tarde, como o DEM que se reunirá às 15h para definir se fecharão ou não questão, obrigando todos da legenda a seguir um voto. Outros partidos que davam sustentação a Cunha, como PSDB, PMDB e PR, decidiram não fechar questão.

Algumas legendas que defendem a perda do mandato de Cunha dizem considerar desnecessária a obrigação já que avaliam ter um posicionamento unânime contra o peemedebista. “[O PPS] foi o primeiro partido a ir ao procurador-geral da República pedir o afastamento de Eduardo Cunha. Fechar questão para quê? Nós já estamos fechados há muito tempo com relação a uma figura que assumiu a presidência da Câmara e dentro do processo da presidência provocou aqui situações graves do ponto de vista da intimidação, da perseguição. E não respondeu aos graves crimes que ele cometeu”, afirmou o líder Rubens Bueno (PR).

* Com Agência Brasil


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