Artistas e intelectuais divulgam carta contra o impeachment: “período mais sinistro desde 1964”

Wagner Moura critica a extinção do Minc - Foto: Reprodução/Facebook
Carta de artistas e intelectuais tem por base texto do ator Wagner Moura – Foto: Divulgação/Facebook

Um grupo de 41 artistas e intelectuais divulgou na noite de domingo (28) uma carta contra o impeachment e da presidenta afastada Dilma Rousseff. Com citações do ator Wagner Moura, o texto fala em um dos momentos mais “dramáticos” da história do Brasil.

O texto, que cita ainda recente carta de artistas e pensadores estrangeiros, diz que “os políticos corruptos que lideram a articulação para depor Dilma têm de saber que há um holofote internacional iluminando suas ações”, escreve Moura. “Serão lembrados pela história como os responsáveis pelo mais sinistro ataque à democracia desde o Golpe de 1964.”

Subscrevem artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Camila Pitanga, Marieta Severo, Alice Rui, e intelectuais, como Jurandir Freire Costa e marco Luchesi.

A íntegra:

“Artistas e Intelectuais brasileiros pedem que senadores respeitem o resultado das elelições de 2014.

O Brasil vive um dos momentos mais dramáticos de sua história, com a proximidade da votação final sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

O mundo assiste com preocupação a essa ameaça à democracia, como no caso de nossos colegas do Reino Unido, Estados Unidos, Canada e Índia, que publicaram uma declaração alertando que o impeachment representaria “um ataque as instituições democráticas”, que levaria ao retrocesso econômico e social.

Os senadores que defendem o impeachment ficarão marcados na história por protagonizar o ataque mais cruel à nossa democracia desde o golpe militar de 1964. A história cobrará explicações, já que não existe base legal para justificar o impeachment.

De acordo com o Ministério Público Federal, a presidenta Dilma Rousseff não cometeu crime. Por isso, seu afastamento é claramente uma manobra política para tomada de poder sem a aprovação das urnas.

Esse ataque aos processos democráticos representa uma ameaça aos direitos humanos e levará o Brasil a uma situação de maior instabilidade política e desigualdade social e econômica.

O ator Wagner Moura afirmou: “Estamos profundamente agradecidos por essas importantes palavras de apoio de nossos colegas na Grã- Bretanha, Estados Unidos, Canada e Índia. Os políticos corruptos que lideram a articulação para depor Dilma têm de saber que há um holofote internacional iluminando suas ações. Se eles derem continuidade ao seu plano, serão lembrados pela história como os responsáveis pelo mais sinistro ataque à democracia desde o Golpe de 1964”.

Assinam a carta:

Adair Rocha, professor; Aderbal Freire Filho, diretor teatral; Alice Ruiz, poeta; André Lázaro, professor; Augusto Sampaio, professor; Bete Mendes, atriz; Biel Rocha, militante de direitos humanos; Caetano Veloso, compositor e cantor; Camila Pitanga, atriz; Carla Marins, atriz; Cecília Boal, psicanalista; Cesar Kuzma, teólogo e professor; Célia Costa, historiadora e documentarista; Charles Fricks, ator; Chico Buarque, compositor e cantor; Clarisse Sette Troisgros, produtora; Cristina Pereira, atriz; Dira Paes, atriz; Dulce Pandolfi, cientista política; Eleny Guimarães-Teixeira, médica; Generosa de Oliveira Silva, socióloga; Gilberto Miranda, ator; Gaudêncio Frigotto – escritor e professor; Isaac Bernat, ator; José Sérgio Leite Lopes, antropólogo; Julia Barreto, produtora Julia Barreto; Jurandir Freire Costa, psicanalista e professor; Leonardo Vieira, ator; Leticia Sabatella, cantora e compositora; Luis Carlos Barreto, cineasta e produtor; Luiz Fernando Lobo, diretor artístico; Marco Luchesi, poeta e professor; Maria Luisa Mendonça, professora e jornalista; Marieta Severo, atriz; Paulo Betti, ator; Ricardo Rezende Figueira, padre e professor; Roberto Amaral, escritor; Sílvia Buarque, atriz; Tuca Moraes, atriz e produtora; Virginia Dirami Berriel, jornalista; Xico Teixeira, jornalista.”


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