CPI do Carf irá votar pedido de quebra de sigilo de sobrinho de Nardes

Ministro Augusto Nardes. Foto: Foto: Valter Campanato/Fotos Públicas (26/08/2015)
Ministro Augusto Nardes. Foto: Foto: Valter Campanato/Fotos Públicas (26/08/2015)

Dois ex-funcionários do escritório de advocacia de José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), afirmaram nesta quinta-feira (15) ter feito pagamentos em espécie a Juliano Nardes, sobrinho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator das contas do governo de Dilma Roussef em 2014.  Os ex-funcionários do escritório, Gegliane Bessa e Hugo Borges, deram as informações ao participarem de uma acareação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no Carf.

Segundo Gegliane Bessa, Juliano Nardes ia sempre ao escritório se encontrar com José Ricardo. Mas a ex-secretária não soube explicar o motivo dos pagamentos pois, segundo ela, Juliano não trabalhava para o escritório. De acordo com a CPI, em uma planilha de controle dos valores distribuídos pelo escritório aparece a palavra tio. Gegliane Bessa e Hugo Borges não souberam dizer de quem se tratava.

O presidente da CPI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), informou que colocará em votação na próxima semana o pedido de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Juliano Nardes. Segundo a relatora Vanessa Grazziotin (PCdo B-AM), Juliano Nardes é investigado por suposta participação no processo que envolveu a Rede Brasil Sul (RBS) no Carf, conforme a Agência Senado.

O Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, é a última instância administrativa de recursos relativos a processos abertos pela Receita Federal. Desde março, a Polícia Federal, por meio da Operação Zelotes, apura esquema criminoso em que conselheiros e ex-conselheiros do Carf passavam informações privilegiadas para escritórios de consultoria. Esses escritórios, muitos dos quais tinham os próprios conselheiros como acionistas, procuravam empresas multadas pela Receita Federal e, mediante pagamento de propina, prometiam manipular o andamento de processos para anular ou reduzir as multas aplicadas. A investigação já comprovou prejuízos de R$ 6 bilhões aos cofres públicos, mas a suspeita é de que a fraude pode ultrapassar R$ 19 bilhões.


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