A diversidade voltou à Avenida Paulista

Desta vez tinha gente de todos os estratos sociais. Na manifestação pró-governo que lotou pelo menos 11 quarteirões da Avenida Paulista tinha de tudo um pouco. Tinha gente muito “bem de vida”. Tinha gente remediada. Tinha gente pobre. Tinha gente de todas as idades e raças. E, muito além das aparências, tinha diversidade. Era bem um retrato do Brasil.

A concentração marcada para as 16h começou pelo menos quatro horas antes, de forma quase tímida, no vão livre do Masp. Em um primeiro momento, o vermelho parecia exclusividade do pessoal da Central Única dos Trabalhadores, a CUT. Aos poucos, porém, a avenida foi salpicada pela cor que tradicionalmente identifica o PT e as esquerdas.

Na sexta-feira 18 de março a Avenida Paulista só não ficou mais vermelha por que, em tempos de alta tensão política, muitos evitam exibir a cor que pode atrair agressões. Aconteceu no decorrer da semana, quando manifestantes a favor do impeachment ocuparam parte da avenida por 36 horas. E não perdoaram quem ousasse vestir vermelho.

Entre um momento e outro, prevaleceu a proposta de cada um respeitar a manifestação do outro. A alternância de manifestantes no mesmo espaço pode, inclusive, ser o primeiro passo para uma convivência mais amistosa dos dois polos políticos.

No ato do domingo 13 de março não teria o menor cabimento fazer churrasquinho no meio da alameda Casa Branca, quase esquina com a Paulista. Na sexta, o camarada que teve a ideia não parou de vender o churrasquinho, a R$ 5,00. E ninguém reclamou da fumaceira.

No campo das ideias, o juiz Sergio Moro apareceu no protesto contra o governo Dilma Rousseff como o salvador da pátria. Na manifestação a favor do governo teve o momento de destaque quando surgiu representado como um boneco de Judas.

As diferenças são muitas, mas será preciso encontrar uma forma de conviver. Durante a manifestação pró-governo, quem não deu a mínima para nada disso foi a Isabella Rocha. Com apenas um mês de idade, ela dormiu o sono dos justos no colo de sua mãe, a dona de casa Rosângela, que é casada com um operário da construção civil: “Fiz questão de vir por que adoro Lula e estão tentando dar uma rasteira na Dilma. A gente não deve cuspir no prato em que comeu.”


Comentários

Uma resposta para “A diversidade voltou à Avenida Paulista”

  1. Avatar de Marta Luiza
    Marta Luiza

    DITADURA EH A SOLUÇÃO !!!!!!!!!! Chega de LULAS , DILMAS , AECIOS , TEMER , DIONISIO , FULANO , SICLANO, tudo a mesma corja de político safado , ladrão , descarado.que acham que cadeia não feita pra eles .

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