Herdeiro político de Eduardo Campos, morto em um acidente de avião na eleição presidencial de 2014, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, é o símbolo de seu partido, o PSB, dividido entre a adesão ou repúdio ao pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Em entrevista, ele afirmou que o afastamento “não é golpe”, mas disse que a liderança de Eduardo Cunha tira a legitimidade do processo.
De acordo com o governador, ele não é um defensor do governo, mas questiona a forma como o processo de impedimento é conduzido por Cunha. “Ele começou o processo na base da chantagem e não tem legitimidade para conduzir o impeachment”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo. “O partido ainda não deu uma opinião formal, mas nosso entendimento é que o pedido é constitucional. Impeachment não é golpe.”
O PSB é o único partido grande da oposição que ainda não decidiu se apoia ou não a saída da presidenta. Partido aliado durante a maior parte do tempo em que o PT está no Planalto, deixou o governo somente na última eleição. Enquanto a maioria de sua bancada da Câmara apóia o processo, governadores, senadores e lideranças sociais são contra.
A cúpula do partido estima em 28 o número de apoios dentre seus 36 deputados federais. Ao mesmo tempo, 5 dos 7 senadores da sigla rejeitam o afastamento de Dilma. É a opinião unânime de seus três governadores: Rodrigo Rolemberg (DF), Ricardo Coutinho (PB) e Câmara, todos desconfiados da participação de Cunha.
Para Coutinho, o que o partido sofre é de falta de identidade: “O PSB, como os demais partidos do Brasil, passa por uma crise de rumo”.
Deixe um comentário