Ministério Público pode processar Doria por abuso de poder político

O governador Geraldo Alckmin ao lFoto: Ciete Silverio/ A2D
O governador Geraldo Alckmin ao lFoto: Ciete Silverio/ A2D

O Ministério Público Eleitoral pediu esclarecimentos ao governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) sobre uma “eventual oferta de secretarias de Estado a agremiações políticas” em troca do apoio ao candidato João Doria (PSDB) na eleição para a Prefeitura de São Paulo. No ofício, enviado na terça-feira (6) à Procuradoria-Geral de Justiça, a Promotoria questiona se o objetivo das nomeações para as secretarias de Meio Ambiente e Turismo foi ampliar o apoio a Doria.

Segundo a coluna “Painel”, do jornal Folha de S.Paulo, o pedido faz parte de um procedimento preparatório que pode resultar em uma ação contra a candidatura de Doria por abuso de poder político. O promotor José Carlos Bonilha disse, em julho, que trocas de cargos por apoio “não se tornam lícitas apenas por terem ocorrido reiteradamente”. O governo de São Paulo disse à Folha que não “não há relação entre administração pública e campanha eleitoral” e diz que desconhece o teor do ofício.

Ricardo Salles, integrante do PP e do movimento Endireita Brasil, foi nomeado secretário depois que o PP anunciou apoio à campanha de Doria. Na ocasião, o governo Alckmin afirmou que não havia relação entre a administração pública e a “lógica eleitoral” e que a escolha de secretários seguia “critérios técnicos”.

Na época, Bonilha afirmou que já tinha elementos “fortes” para entrar com ação. Entre eles estavam depoimentos do senador José Anibal (PSDB), do ex-governador Alberto Goldman (PSDB) e do vereador Adolfo Quintas (PSD) sobre compra de votos de filiados nas prévias do PSDB que deram a vitória para Doria.

Na época das prévias, Goldman e Aníbal acusaram Doria de comprar votos nas prévias tucanas, oferecer comida e até promover churrasco para militantes do partido na capital paulista. Goldman afirmou que várias vans transportaram militantes do PSDB no dia da votação e que o empresário chegou até a comprar votos com dinheiro e benefícios para militantes. O tucano entregou três volumes de documentos, com registros fotográficos e matérias de jornais que registraram a confusão e algumas das irregularidades.


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