Novo Ministro da Saúde: “Não vamos conseguir sustentar os direitos que a Constituição determina”

"Só tem direitos lá", disse Barros sobre a Constituição - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
“Só tem direitos lá”, disse Barros sobre a Constituição – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A Constituição Federal tem direitos demais, deveres de menos e precisará ser repactuada. A declaração é do novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), que acredita que o acesso universal à saúde, determinado pela Carta Magna por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), deverá ser repensado, uma vez que o Brasil não teria mais recursos para garantir tais direitos.

Segundo o novo ministro, “em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las”.

O ministro citou José Sarney para afirmar que a revisão da Constituição era cogitada logo após sua sanção. “Quando Sarney sancionou a Constituição cidadã, o que ele falou? Que o Brasil iria ficar ingovernável. Por quê? Porque só tem direitos lá, não tem deveres. Nós não vamos conseguir sustentar o nível de direitos que a Constituição determina.”

Barros culpou desperdícios e má aplicação do dinheiro público. “Temos muito desperdício na gestão, que não é visível para as pessoas, e que vamos cuidar com prioridade.”

Para ele, as decisões judiciais que incluem novos procedimentos à cobertura dos planos de saúde “aumentam o custo e eles têm que repassar para o consumidor”, sinalizando apoio aos convênios. “Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo em sustentar essa questão.”


Comentários

Uma resposta para “Novo Ministro da Saúde: “Não vamos conseguir sustentar os direitos que a Constituição determina””

  1. Avatar de Halter Maia
    Halter Maia

    Me parece que se ‘a constituição só tem direitos e não tem deveres’ seria lógico que se estabelecessem ‘os deveres’ e não a retirada de ‘direitos’ … Quais deveres (que na realidade existem na constituição mas não foram regulamentedos) seriam extirpados? Aqueles que foram estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos? De ensino universal de todos os ciclos iniciais (o Ensino Superior seria facultado por mérito)? O dever de moradia e alimentaçao para todos? O dever da extirpação da miséria e de todas as segregaçãoes raciais e religiosas? Que direitos sobrariam? O direito de exploração trabalhista segundo o critério dos patrões? O direito à propriedade exclusivamente privada dos meios de comunicação (também vedada na DUDH)? Ora, me poupe!

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