Novo presidente da Câmara é aliado de Cunha e investigado pela Lava Jato

Waldir Maranhão, novo presidente da Câmara - Foto:  Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Waldir Maranhão, novo presidente da Câmara – Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perdeu o cargo na noite da última quarta-feira (4) por meio de uma liminar aceita pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que significa que ele ainda pode recorrer ao plenário da Casa. Quem assume o cargo temporariamente é o vice, o deputado Waldir Maranhão, do PP-MA, também citado na Lava Jato pelo doleiro Alberto Yousseff.

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Maranhão teria sido um dos receptores de propina em nome de seu partido, o mais beneficiado pelo esquema, segundo as investigações da Polícia Federal. Maranhão nega. 

Aliado de Cunha, o deputado decidiu em fevereiro anular a decisão do Conselho de Ética de investigar Cunha ao acolher um recurso apresentado pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS). Desta forma, o processo voltou praticamente ao início. Trata-se do processo mais longo da história do conselho

Maranhão atuou pelo impeachment ao lado de Cunha, mas no dia da votação foi pressionado por outro aliado, o governador maranhense Flávio Dino (PCdoB), e votou contra o impeachment. Mesmo assim, Maranhão voltou a compor com Cunha, assim como o PP, que deve ficar com dois ministérios em um eventual governo Temer.

Se Cunha acabar afastado definitivamente do cargo – seja pelo Supremo, seja pelo Conselho de Ética (que avalia se ele mentiu à CPI da Petrobras) – , o artigo 8º, parágrafo 2º do Regimento Interno da Casa determina que Maranhão precisa convocar novas eleições para a escolha de um novo presidente da Câmara: “Se até 30 de novembro do segundo ano de mandato verificar-se qualquer vaga na Mesa [Diretora], será ela preenchida mediante eleição, dentro de cinco sessões”, diz o texto. “Ocorrida a vacância depois dessa data, a Mesa designará um dos membros titulares para responder pelo cargo.”

Como Cunha – principal membro da Mesa Diretora – foi eleito no dia 1º de fevereiro de 2015, e está distante do dia 30 de novembro de seu segundo ano de mandato, Maranhão não poderia assumir o cargo definitivamente.

Afastamento de Cunha

O afastamento de Cunha foi feito pelo ministro do STF, Teori Zavascki, que concedeu uma liminar a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que classificou o peemedebista de “delinquente”. Segundo Janot, Cunha usaria o cargo de deputado e presidente da Câmara para intimidar agentes públicos, advogados, embaraçar e retardar as investigações contra ele.

O plenário do Supremo iria se reunir ainda hoje para analisar o mérito de um pedido feito pelo partido Rede Sustentabilidade para que ele fosse afastado do cargo. Com a decisão de Zavascki, no entanto, a audiência foi cancelada. Como a decisão do ministro é monocrática, Cunha pode recorrer ao plenário da Corte para que o seu caso seja analisado por todos os 11 ministros.

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Comments

4 respostas para “Novo presidente da Câmara é aliado de Cunha e investigado pela Lava Jato”

  1. Avatar de venceslau peres
    venceslau peres

    Já não foi cedo, que a justiça levou as graves circunstâncias, a sério!!!

  2. Avatar de Onete Lopes
    Onete Lopes

    Colocarão no lugar deste outro santo uma ainda mais santinho. É questão de tempo

  3. Cuidado Republica !
    Interrupção de Mandato Legislativo por uma LIMINAR de uma cabeça ?

  4. Avatar de Jack Noir
    Jack Noir

    Se é investigado, esse temporário já não presta e nem deveria ter o direito de subir ao cargo. Só no Brasil mesmo pra investigado poder virar Presidente Interino da Câmara… E quem quer que decidiu por ele como o Interino, também deveria ser investigado, pois também tem falcatrua nisso ai.

    Eu ainda espero que o vendaval de merda que começa a se formar nesse pais cresça mais e sobre pra todo mundo. Deviam aproveitar o clima ruim e passar o mais fino dos pentes finos em TODOS os envolvidos com política e justiça no Brasil. A situação já é catastrófica o suficiente que as investigações deveriam ser preventivas.
    Aqueles que trabalham em serviço a população deveriam ser seguidos por mais Paparazzis que famosos e possuir o mesmo mérito e salário de um professor.
    Já passa na hora de virar essa cesta de laranjas pra separar o que realmente presta do que já apodreceu faz tempo. Nossa política se encontra estagnada e corrompida a mais tempo que os limites da razão. Não chega não?

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