O “acordão” de senadores para barrar a prisão de Renan e Jucá

Romero Jucá e Renan Calheiros - Foto: EBC
Romero Jucá e Renan Calheiros – Foto: EBC

Um grande acordo envolvendo a base aliada do governo interino no Senado pretende impedir a concretização do pedido de prisão do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador e presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo o procurador, Renan, Jucá e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) costuraram suas linhas de defesa para impedir a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e pretendiam produzir documentos falsos para maquiar os supostos desvios de R$ 70 milhões da subsidiária da Petrobras, responsável por transportar o combustível produzido pela estatal.

Mesmo que o STF acolha o pedido de Janot, Renan e Jucá só poderão ser presos se o plenário do Senado aprovar o pedido. O acordão é estratégia diferente da adotada contra o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido), cuja prisão foi confirmada pelo Senado após suspeita de que o ex-petista tentava obstruir a Operação Lava Jato, outra das desconfianças envolvendo Renan e Jucá.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, mais de 30 senadores foram citados na Lava Jato e 12 já são formalmente investigados pelo Supremo. Um grande acordo para livrar os caciques peemedebistas poderia ser a salvação para todos os parlamentares. O argumento oficial é de que o conteúdo dos áudios seria insuficiente para pedir a prisão da dupla. Os parlamentares terão, no entanto, de responder por que as gravações envolvendo Delcídio não tiveram o mesmo tratamento.

Para o senador tucano Cássio Cunha Lima (PB), “o procurador-geral que prove que teve [crime] e qual foi o flagrante”: “Quem tem de mostrar o ônus da prova é ele.” Para o líder do governo do Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), “até aqui é uma mera especulação de conversas reservadas, sem nenhuma consequência prática”.


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