Será pisando em ovos que os senadores da oposição pretendem inquirir a presidenta afastada, Dilma Rousseff, após seu discurso ao plenário do Senado nesta segunda-feira (29). Os opositores da petista querem evitar grosserias para evitar “vitimizar” a petista.
Ao todo, 47 senadores já se inscreveram para lhe fazer questões depois do discurso. Enquanto Dilma preparou sua estratégia reunida com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Alvorada no último domingo (28), os opositores PSDB, DEM e PP também encontraram para definir estratégia. “É a presidente quem vai dar o tom”, garantiu Aécio Neves (PSDB-MG) ao jornal Folha de S.Paulo. “Agora, se o tom da presidente for outro, obviamente a ração será à altura.”
A ideia é manter um clima cerimonioso porque esperam que a presidenta adote um discurso emocional ao com a intenção de ganhar a simpatia de parlamentares indecisos. “Só resta a ela a vitimologia, argumentos não existem”, provocou Agripino Maia (DEM-RN). “A ordem é distribuir ‘maracugina’ para todo mundo e evitar a criação de fatos novos, sem cair em provocação.”
O discurso
Dilma se preparou com textos jurídicos e, outros, da Era Vargas. Além da emoção na fala, ela coletou dados sobre seu governo e treinou 17 horas para as perguntas que receberá ao longo do dia.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou ter confiança de que o discurso de Dilma será capaz de mobilizar a sociedade, sendo um “ponto de virada” no convencimento de senadores que ainda não declararam voto. “A sessão de amanhã vai ser muito tensa, um momento dramático da história do País… A gente acha que vai ser um discurso de grande impacto na opinião pública.”
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