Um documento assinado por economistas e apoiado por líderes da oposição e da Minoria no Congresso contra a PEC 241 foi lançado na Câmara nesta segunda-feira, dia previsto para a votação da proposta de emenda.
O economista Pedro Rossi, professor da Unicamp, é um dos autores da publicação e disse que a medida reduzirá o crescimento do País: “Esse trabalho foi feito com vários economistas, depois de dezenas de reuniões. Essa PEC parte de um pressuposto irrealista de que, ao passar a PEC, a gente volta a ter crescimento. Isso é mentira. Pressupõe a fadinha da confiança. Isso é ideológico, não tem nenhum substrato histórico. Todos os países que aplicaram ajuste tiveram dificuldade de crescimento. O gasto público vai contribuir zero para o crescimento nos próximos anos. A PEC não é anticíclica, ela é contracionista, sempre estará puxando o crescimento para baixo. Vai exigir do setor privado muito mais, porque o setor público vai se contrair”.
Rossi diz também que a PEC impõe um outro projeto de País, o do Estado mínimo: “Desconstrói o estado social que estamos construindo a partir da Constituição de 1988. É um projeto liberalizante, que impõe ao Congresso um determinado tipo de estruturação do Estado. Esse documento traz as estatísticas, dados, argumentos para descontruir o que está posto no discurso oficial”.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), presente no lançamento do estudo, disse que as perspectivas para a votação na Câmara “não são boas”: “O governo fala que já tem 350 votos. É um rolo compressor, o ataque é gigantesco. Na PEC não tem nenhuma medida para taxar os mais ricos, deixa completamente livre para pagar juros e aperta o cinto em todos os gastos primários, que são os relativos à educação, saúde, segurança”.
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