PT promete dias difíceis para o interino Temer

Michel Temer, agora presidente interino do Brasil - Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil (06/01/2016)
Michel Temer, agora presidente interino do Brasil – Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil (06/01/2016)

O deputado José Guimarães (PT-CE), ex-líder do Governo na Câmara, garante que seu partido e os demais aliados que formavam o núcleo central de apoio à presidenta Dilma Rousseff já estão prontos para fazer uma marcação cerrada sobre o governo do presidente interino da República, Michel Temer. Para Guimarães, a composição do ministério montado por Temer, onde personagens como Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Romero Jucá, Gilberto Kassab e até um bispo da Universal ocupam alguns dos 23 ministérios com que Temer pretende governar já seria um entrave. “Eles vão começar a disputar espaço, procurando ter mais poder que os outros e isso vai provocar atritos em pouco tempo”, comentou.

Para muitos ex-ministros de Dilma e lideranças na Câmara e no Senado, tudo indica que Henrique Meirelles terá amplos poderes na Fazendo, com o objetivo de impor medidas de austeridade fiscal e monetária. Isso vai, evidentemente, exigir cortes no Orçamento e outras restrições de gastos que serão pouco palatáveis ao conjunto de deputados e senadores hoje integrantes do Governo interino da República. Um veterano político do PT comentou a Brasileiros que “esse ministério do Temer é dos piores já formados no País, uma reciclagem para pior do ministério de coalizão montado por Dilma”.

Os hoje lideres da Oposição acham que a decisão final de Temer de reduzir os ministérios para 23 (eram 22 mas ele recriou o Gabinete de Segurança Institucional, colocando no posto o general Sergio Etchegoyen, que era o chefe do Estado Maior do Exército, segundo posto da Força), embora pareça uma decisão destinada a ser aprovada pela sociedade, por, em tese, reduzir gastos, é quase uma bomba relógio diante de políticos e partidos que já estavam se imaginando ocupar alguma das melhores vagas da Esplanada.

Em tom de fina ironia, José Guimarães citou a festa popular que cercou a saída de Dilma do Planalto, ao lado de Lula e seus ministros, como o primeiro fator a diferenciar as duas interinidades. “Claro que é um momento de tristeza a saída da presidente, vitima do golpe. Mas, na verdade, existe coisa melhor, mais emocionante, do que ela ter sido afastada por golpistas e sair do Palácio nos braços do povo? Quero só ver se, de tarde, vai ter gente aqui na Praça para receber o interino. Acho que ele vai entrar mesmo é pela garagem,” cutucou, com um sorriso mais para maldoso. E foi o que aconteceu. Temer entrou no Palácio do Planalto pela garagem. E não tinha ninguém na Praça dos Três Poderes.


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