Conhecido por sua habilidade política, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pode ter dado um tiro no pé ao propor a abertura de um processo de impeachment contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Sem apoio, sua ideia o isolou na Casa.
Ao todo, o Senado tem cinco petições com solicitação de afastamento de Janot. Se Renan aceitar pelo menos uma delas, monta-se uma comissão especial na Casa para discutir o tema. Na semana passada, Renan consultou aliados para saber se valia a pena receber um dos pedidos, mas teve sua ideia rejeitada por aliados, como o próprio governo.
Uma das petições critica o pedido de prisão, feito por Janot, ao próprio Renan, ao ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) – solicitações que foram negadas pelo ministro Teori Zavascki. Os três são acusados de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
“É um momento que estamos precisando aprovar leis importantes, acho que isso não ajuda”, afirmou o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), ao jornal O Estado de S. Paulo. Para o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), a “preocupação no momento é fazer com que o Brasil possa retornar ao eixo. Essa questão de impeachment tem que ser avaliada com muita cautela”.
Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Renan quer “enfraquecer o Judiciário” com um “ato de retaliação”. “Na reunião dos líderes deu para sentir que não foi uma opinião muito bem recebida”.
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