A surpreendente adesão do vice-presidente Michel Temer às conspirações pelo impeachment de Dilma Rousseff no fim de 2015 pode ter sido um erro estratégico do peemedebista, que agora corre o risco de ficar sem a presidência de seu partido.
O revés começou a partir da carta enviada por Temer a Dilma em que se diz ignorado pelo governo. Ganhou antipatia imediata no Planalto e de uma ala importante do PMDB, a carioca, que fechou fileiras contra o afastamento da presidenta.
Liderados pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral se uniram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para iniciar um movimento que pretende tirar o vice na liderança da legenda.
As tensões são tamanhas que Temer ofereceu um jantar aos cariocas na semana passada. Ele saiu de lá com a promessa de que a crise iria arrefecer, mas, nos bastidores, a cúpula da sigla no Rio quer dar suporte a uma chapa alternativa ao vice na convenção nacional da sigla, em março.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o próprio Renan ocuparia a cadeira de presidente, embora ele cogite a possibilidade de levar para o cargo o ex-presidente José Sarney.
Além do ímpeto “golpista”, Temer teria se enfraquecido no PMDB ao deixar seu tradicional comportamento diplomático por outro, agora autoritário. Também não agrada sua proximidade com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cada vez mais desgastando em Brasília.
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