Meus caros, o Oscar de melhor ator de 2011 já está nas mãos de Colin Firth, por seu magnífico trabalho no filme O Discurso do Rei, que finalmente entrou em grande circuito nesta semana. Ele e Geoffrey Rush, que também concorre como ator coadjuvante, dão um show, são atores excepcionais, duelam o filme todo, é imperdível. Indicado a 12 estatuetas, deve levar a maioria. Pai de Elizabeth II, George VI fez uma única coisa realmente importante em seu reinado: apoiou a atitude firme de Winston Churchill de resistir aos alemães, declarando-lhes guerra, mesmo que estivesse militarmente muito inferior. A nobreza da Grã-Bretanha, apavorada, preferia fazer um acordo com o ditador alemão, pelo qual esse prometia não invadir nem bombardear-lhes, e também preservaria as suas então valiosíssimas colônias, em troca de apoio recíproco, dado por meio de um governo títere, subjugado a Hitler, talvez com a volta do próprio rei anterior, Eduardo VIII, que adbicara, para se casar com Wallis Simpson, e era declaradamente simpático ao ditador alemão. Churchill sabia que Hitler não cumpria acordo nenhum, fez seu antecessor, Chamberlain, de idiota, assinando um compromisso de não invadir a Polônia, coisa que fez em seguida, humilhando a Grã Bretanha. Quando finalmente foi nomeado, impediu qualquer acordo, e a Grã Bretanha encarou sozinha uma guerra pesadíssima, sendo ajudada pelos Estados Unidos no início, mas tendo a plena colaboração desses apenas depois de Pearl Harbor, em dezembro de 1941.
A história já foi contada em diversos filmes, não é surpresa para ninguém. O Discurso do Rei passa ao largo de personagens e situações muito melhores que o próprio discurso. Churchill foi destruído por um ator terrível, o mesmo que fazia um ratinho em Harry Potter, e continuou com cara de ratinho, forçando uma bochecha de buldogue, dá até vergonha de se ver. E a grande figura daquele momento histórico, até hoje pouco explorada pelo cinema, foi a maior prostituta de todo o século XX, Wallis Simpson, que merece um filme inteiro só para ela, mostrando seu passado, no qual teria aprendido, em bordéis de Xangai, os jogos eróticos com os quais fascinava o rei. Depois da abdicação, fugiu com ele para Paris, e só voltou a pisar em solo britânico para o enterro dele, e também para ser enterrada, quando morreu. Eles dominaram a alta sociedade parisiense durante décadas, essa é a melhor história a ser contada, e por uma grande atriz, espero que o seja. Abraços do Cavalcanti.
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