Acima do bem e do mal.

Nada o Segura. Nada mesmo.
Nada o segura. Nada mesmo.

Meus caros, eu já não aguentava mais ouvir as bravatas de Rafinha Bastos na TV. Agora tenho náuseas. O episódio em que, saltitante, lambeu os beiços, e disse que comeria Wanessa e o bebê foi grotesco. Só o próprio o achou cômico.

Ontem afirmou, publicamente: “Pago todo meu dinheiro para não pedir desculpas por uma piada”. Recém contratado pela agonizante Rede TV, que está atrasando salários de gente como Hebe Camargo, afirmou não temer atrasos em seu (certamente monumental) salário, pois: “Sou judeu, tenho meses e meses de salário adiantado”.

No mesmo episódio, afirmou que se desculpou por ter chamado Daniela Albuquerque de “cadela”, ao vivo e à cores. Neste caso, esclarece, não fez uma piada, mas, sim, ofendeu, portanto se desculpava. Só faltava dizer que não. Qual o critério para distinguir ambos os episódios? O seu próprio.

Na entrevista de ontem, anunciou sua contratação pelo citado canal, no qual chefiará a versão brasileira do programa Saturday Night Life, comprado sob licença da Endemol, empresa norte-americana. Segundo o humorista, o programa não tem data para estrear, e terá uma “pegada brasileira”. Aguardemos para saber de como será.

Achando-se engraçadíssimo, afirmou que a Rede TV é um paraíso. Lá, “De repente pode-se assistir ao caso Mercia e Mizael em 3D”. Trata-se de um dos mais brutais crimes já testemunhados pelo público brasileiro, no qual uma jovem foi assassinada e jogada dentro de uma lagoa em seu carro.

Já imaginaram como não se sentiram os familiares de Mércia ao ouvirem um comentários desses? Digo mais, já imaginaram o efeito disso perante toda a sociedade, que pode seguir o exemplo, e transformar em piada uma brutalidade? E seus colegas de Rede TV! Com seus salários atrasados por meses?

Pois agora, meus caros, têm-se no ar alguém acima do bem e do mal, com absoluta liberdade de ofensa, que, a seu próprio critério, escolhe quando pedir desculpas. Sei dos riscos de se deixar a critério do Judiciário qualquer questão, e da importância fundamental da liberdade de expressão. Mas, por outro lado, ouvir tamanhos absurdos deste humorista também me dá medo. Qual será o limite?


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