Alceu Valença e orquestra

Formada há 12 anos na histórica cidade mineira que lhe empresta o nome, a Orquestra Ouro Preto, que apresentará neste mês de abril três concertos em homenagem ao compositor Alceu Valença, foi idealizada por dois grupos de músicos locais, o Quarteto Ouro Preto e o Trilos, que somaram forças para preencher uma lacuna imperdoável. “No século 18, houve um intenso movimento cultural em Ouro Preto, que também foi contemplado pela música. A arquitetura está aí, a pintura está aí, mas onde estava a música? Essa música riquíssima existe, está documentada nos arquivos mineiros e precisava ser levada ao público. Decidimos unir os dois grupos, investir em pesquisas e difundir essa produção”, diz o maestro Rodrigo Toffolo, regente da orquestra. A proposta tem sido tão bem-sucedida que, no final de 2011, a orquestra foi agraciada com o apoio da Petrobras. Parceria que será decisiva para ampliar os cerca de 50 concertos anuais – grande parte realizada em Minas Gerais – e levá-los a outras regiões do País e do mundo.
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As ações da orquestra são difundidas em quatro frentes: execução de repertórios clássicos; pesquisa e difusão da produção musical mineira do século 18; formação de público e projetos que promovem encontros entre a música popular e a erudita. Exemplos pontuais desse quarto pilar são os dois novos concertos, idealizados pela Orquestra Ouro Preto. Em julho, o grupo, que reúne em média 25 jovens músicos, desembarcará em Londres, onde se apresentará no Beatles Week, uma maratona musical em celebração à obra do quarteto de Liverpool. Antes disso, prestará homenagem ao cantor Alceu Valença, que acaba de completar 40 anos de carreira.

Em breve entrevista à Brasileiros, o compositor falou sobre sua relação com a música erudita e as expectativas para as Valencianas, nome dado aos três concertos que revelarão novos arranjos para 14 canções suas. “Em um mundo musical dominado pela indústria do entretenimento, onde tudo é dinheiro e há pouco sentimento, a música erudita é um alento e uma forma de transcendência. Recentemente, participei de um concerto com obras de Sérgio Ricardo, ao lado da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, e fiquei arrebatado. Entre os compositores que admiro, estão Villa-Lobos, Guerra Peixe, o maestro Cussy de Almeida e sua Orquestra Armorial, além de Vivaldi, Bach e Beethoven. Acredito que esse projeto apontará novas vertentes para a minha carreira e gosto da ideia de não ter de cantar o tempo todo, pois poderei apreciar mais atentamente o tratamento erudito que a orquestra deu às minhas músicas.”

Valencianas
18 de abril – Palácio das Artes, Belo Horizonte – 31 3236-7400
20 de abril – Adro da Igreja São Francisco de Assis – Ouro Preto
23 de abril – Teatro Oi Casa Grande, Rio de Janeiro – 21 3114-2712


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